Aliesh Costa, CEO da Carpediem, uma das líderes no segmento de consultorias de RH, fala na entrevista a seguir sobre a importância do acolhimento e da empatia com colaboradoras grávidas e porque as empresas ganham ao mudar seu mindset e priorizar a equidade de gêneros. “A gravidez deve ser encarada como ela é, um processo absolutamente natural”, diz Aliesh.
P: Como é hoje a situação das mulheres grávidas inseridas no mercado de trabalho?
Aliesh Costa: as empresas que entendem e apoiam mulheres grávidas se diferenciam no mercado. Isso porque ainda é bastante comum que as colaboradoras que engravidam sejam desligadas ao reassumir seus postos de trabalho. Essa é uma triste realidade, infelizmente. Neste cenário, é como se houvesse uma negação do filho da colaboradora, o que configura uma situação de desrespeito e ausência de empatia. É preciso entender que a colaboradora não deixa de ser excelente por ter um filho! Aliás, como disse anteriormente, percebemos justamente o oposto: tanto no período da gravidez como depois que o filho nasce, as mulheres ficam mais criativas, intensas e apaixonadas! E a entrega profissional costuma ser até maior.
P: Houve casos de colaboradoras grávidas que tenham sido promovidas na Carpediem RH? Conte-me como isso aconteceu.
Aliesh Costa: sim, tivemos dois casos recentes e isso aconteceu porque a humanização é um forte pilar da Carpediem. Uma dessas colaboradoras ingressou como estagiária na empresa, e descobriu a gravidez alguns meses depois. E mais recentemente ainda tivemos o caso de uma analista pleno 2 que também promovemos durante a fase da gestação. Em ambos os casos, quando as colaboradoras compartilharam a notícia conosco, tivemos uma postura de acolhimento – afinal, antes de tudo, uma vida é sempre motivo de celebração e de alegria! Na Carpediem, enxergamos nossos colaboradores como seres humanos em sua integralidade, e não com um olhar focado apenas no rendimento profissional. Por suas competências e profissionalismo, decidimos promovê-la ao cargo de analista. Ou seja, a gravidez nunca foi empecilho e, aliás, não é mesmo. Acreditamos que a chegada de um bebê é um combustível para a mulher ser uma profissional melhor ainda, já que com o recurso financeiro ela poderá dar o melhor para seu filho.
P: Por quê decidiram fazer essa aposta?
Aliesh Costa: primeiro, porque encaramos a gravidez da forma como ela é: um processo absolutamente natural! E que faz parte da natureza feminina. Então, por que não apostar nas mulheres grávidas? Esta é uma tendência no mercado de trabalho, que, aos poucos se tornará mais comum. A diversidade e a inclusão vão além do respeito e da aceitação das diferenças. Uma empresa com ações reais neste campo tem mais oportunidades de se destacar no mercado de trabalho e alcançar melhores resultados.
Hoje, mais do que nunca, é preciso valorizar o capital humano, olhando para as pessoas como o maior ativo da empresa. Ou seja, se elas estiverem trabalhando felizes, trazer melhores resultados será uma consequência natural. No mais, quando você promove uma gestante, você está impactando toda a família daquela mulher. E isso traz enorme satisfação e sentimento de pertencimento para a colaboradora.
E mais: promover mulheres grávidas é também uma forma de reter talentos, algo bastante desejado pelas empresas em um mercado tão competitivo como o dos tempos atuais.