Após sua estreia mundial no Festival de Veneza, onde foi aplaudido por 10 minutos e recebeu o prêmio de melhor roteiro para Murilo Hauser e Heitor Lorega, “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles, foi escolhido pela Academia Brasileira de Cinema para ser o representante do Brasil na disputa por uma indicação ao Oscar 2025 de melhor filme internacional. Baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva sobre a história de sua família, o filme, estrelado por Fernanda Torres, Selton Mello, Fernanda Montenegro e grande elenco, chega exclusivamente aos cinemas brasileiros no dia 7 de novembro, com distribuição da Sony Pictures.
Em nome da equipe do filme, Walter Salles comentou a indicação, da Espanha, onde acompanha a participação do longa no Festival de San Sebastián: “Para toda a família de ‘Ainda Estou Aqui’ é uma honra representar o Brasil no Oscar, e nos Festivais de cinema como Veneza e San Sebastian. Esperamos ansiosamente pelas estreias na Mostra de São Paulo e no Festival do Rio, porque esse filme existe, antes de mais nada, para se relacionar com o público brasileiro. Nada disso seria possível sem o livro fundamental de Marcelo Rubens Paiva e o apoio da família Paiva, que nos inspiraram constantemente nessa jornada. Aproveito para celebrar o fato de o cinema brasileiro estar sendo abraçado e premiado desde o início do ano nos principais festivais internacionais como Sundance, Berlim, Cannes, Veneza, Locarno. Vários filmes premiados são de cineastas estreantes, e não poderia haver melhor notícia para o cinema brasileiro. No documentário também temos um ano com filmes excepcionais. Esse conjunto de filmes prova que nossa cinematografia se reergue depois de anos difíceis. Torço para que o ano que vem seja ainda melhor para o cinema brasileiro.”
Para Fernanda Torres, “é bonito que o Brasil tenha escolhido ‘Ainda Estou Aqui’ para representá-lo pois, depois do livro do Marcelo, este é um filme de descoberta de uma mulher extraordinária, chamada Eunice Paiva, que todos precisam conhecer. Ela é o elo entre o ontem e o agora. Todos nós, envolvidos na feitura de ‘Ainda Estou Aqui’, estamos muito comovidos com a recepção do filme”. Sobre a indicação da Academia, Selton também compartilha: “É uma alegria poder representar o Brasil na corrida por uma vaga ao Oscar de melhor filme estrangeiro com um filme tão sensível e tão necessário”.
“Ainda Estou Aqui” foi exibido no último final de semana na Mostra Perlak na 72ª edição do Festival de San Sebastián e é, até o dia de hoje, o segundo filme mais votado do público, como divulgou o jornal Zinemaldia, publicação diária do evento. O filme também abriu a 33ª edição do Festival Biarritz Amérique Latine, na França, com a presença de Walter Salles. Em outubro, o longa será exibido na sessão Spotlight do 62º Festival de Nova York e no 68º Festival de Cinema de Londres.
“Selton, eu e Walter formamos o ‘trio ternura’ na linha de frente de uma jornada que segue entre Europa, Estados Unidos e Brasil. Nos próximos meses, nossa perspectiva é a de fazer alguns ziguezagues sobre o Atlântico e a Costa Leste-Oeste americana para acompanhar o filme em diversos festivais. Nunca vivi isso”, comenta Fernanda Torres sobre a trajetória do filme.
No Brasil, o longa está sendo exibido em uma estreia limitada durante uma semana no Cine Glauber Rocha, em Salvador, com ingressos esgotados até o dia 25 de setembro e será exibido na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e depois em uma sessão especial do Festival do Rio. Em seguida, segue para o Festival de Pingyao, na China e o Festival de Zurich.
“Ainda estou aqui” é uma coprodução Brasil e França, produzido pela VideoFilmes, RT Features e Mact Productions e é o primeiro filme original Globoplay, em coprodução com ARTE France e Conspiração.
SINOPSE
Rio de Janeiro, início dos anos 70. O país enfrenta o endurecimento da ditadura militar. Estamos no centro de uma família, os Paiva: Rubens, Eunice e seus cinco filhos. Vivem na frente da praia, numa casa de portas abertas para os amigos. Um dia, Rubens Paiva é levado por militares à paisana e desaparece. Eunice - cuja busca pela verdade sobre o destino de seu marido se estenderia por décadas - é obrigada a se reinventar e traçar um novo futuro para si e seus filhos. Baseada no livro biográfico de Marcelo Rubens Paiva, a história emocionante dessa família ajudou a redefinir a história do país.
ELENCO
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Gabriela Carneiro da Cunha
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FICHA TÉCNICA
Diretor: Walter Salles
Roteiro: Murilo Hauser e Heitor Lorega
Direção de Fotografia: Adrian Teijido
Montagem: Affonso Gonçalves, ACE
Direção de Arte: Carlos Conti
Figurino: Cláudia Kopke
Música: Warren Ellis
Som Direto: Laura Zimmerman
Mixagem de Som: Stéphane Thiébaut
Caracterização: Luigi Rocchetti
Maquiagem: Marisa Amenta
Efeitos Especiais: Claudio Peralta
Preparação de Elenco: Amanda Gabriel
Casting: Letícia Naveira
Produtora Delegada: Lili Nogueira
Produtora Associada: Daniela Thomas
Produtores Executivos: Guilherme Terra, Thierry de Clermont-Tonnerre, Lourenço
Sant’anna, Renata Brandão, Juliana Capelini, David Taghioff, Masha Magonova
Produtores: Maria Carlota Bruno, Rodrigo Teixeira, Martine de Clermont-Tonnerre
Produtoras: VideoFilmes, RT Features e MACT Films
Coprodutoras: ARTE France Cinéma, Conspiração, Globoplay
Baseado no livro “Ainda Estou Aqui”, de Marcelo Rubens Paiva
Apoio: Projeto Paradiso
Distribuição: Sony Pictures
WALTER SALLES | Diretor
Walter Salles é um cineasta brasileiro. Seus primeiros documentários “Krajcberg, o Poeta dos Vestígios” (1986) e “Socorro Nobre” (1995), ganharam prêmios em vários festivais, incluindo o Fipa d’Or de melhor documentário (França) e o prêmio do público no Festival dei Popoli. “Terra Estrangeira” (1995), codirigido por Daniela Thomas, foi selecionado para o Festival de San Sebastián e vencedor do prêmio de público no Rencontres de Cinéma de Paris.
“Central do Brasil” (1998) recebeu mais de 50 prêmios nacionais e internacionais, entre eles o Urso de Ouro de melhor filme e o Urso de Prata de melhor atriz para Fernanda Montenegro no Festival de Berlim, além do Bafta da Academia Britânica e o Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro. “Diários de Motocicleta” (2004) foi ganhador de mais de 20 prêmios internacionais, entre eles o Bafta de melhor filme estrangeiro e melhor trilha sonora, prêmio da Associação de Críticos de Londres, prêmio do público no Festival de San Sebastián e o Oscar® de melhor música original.
Em 2008, “Linha de Passe”, codirigido por Daniela Thomas, ganha o prêmio de melhor atriz para Sandra Corveloni no Festival de Cannes. Walter Salles recebeu o prêmio Robert Bresson pelo conjunto da obra no Festival de Veneza de 2009. Em 2020, Salles recebeu o prêmio Fiaf, da Federação Internacional de Arquivos de Filmes, mais importante rede internacional de cinematecas e arquivos de filmes do mundo, pelo seu trabalho em prol da memória cinematográfica brasileira.
FERNANDA TORRES | Eunice Paiva
Atriz, escritora, colunista e roteirista, Fernanda Torres é considerada uma das grandes artistas de sua geração. Com carreira no teatro, no cinema e na televisão, Fernanda Torres estreou como atriz aos 13 anos e, aos 40, como escritora.
Começou no cinema aos 16 anos em “Inocência”, dirigido por Walter Lima Junior, e atuou em diversos filmes que marcaram o renascimento do cinema brasileiro a partir dos anos 90.
Em 2007, começou a escrever colunas para jornais e revistas. Em 2014, publicou seu primeiro romance, “Fim”, que foi traduzido para sete idiomas e transformado em série para o streaming.
SELTON MELLO | Rubens Paiva
O ator e diretor Selton Mello está comemorando 40 anos de carreira. Ao longo desses anos conquistou o público, a crítica e premiações ao redor do mundo com trabalhos memoráveis, como “O Auto da Compadecida”, “Meu Nome Não é Johnny”, “Lavoura Arcaica”, “O Palhaço”, “Lisbela e o Prisioneiro” e “O Cheiro do Ralo”. Na TV, brilhou em papéis inesquecíveis, em “Ligações Perigosas”, “A Mulher Invisível”, “Os Maias”, “Os Aspones” e “Caramuru – A Invenção do Brasil”. Realizou três filmes como cineasta, com destaque para “O Palhaço”, sucesso de bilheteria premiado em mais de 50 festivais de cinema nacionais e internacionais, sendo também o filme representante do Brasil ao Oscar® de melhor filme estrangeiro de 2013. Em “O Filme da Minha Vida”, Selton acumulou as funções de ator, diretor e roteirista. Baseado na obra do chileno Antonio Skármeta (de “O Carteiro e o Poeta”), estrelado pelo astro francês Vincent Cassel, “O Filme da Minha Vida” teve sua estreia no Festival de Roma e seguiu viagem pelo mundo recebendo o reconhecimento de festivais e críticas por onde passou. Por conta de seu desempenho internacional, Selton passou a integrar a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, responsável pelo Oscar®. Selton também é diretor e ator da premiada e aclamada série “Sessão de Terapia”, que conta com cinco temporadas.
VIDEOFILMES | Produtora
Criada pelos irmãos Walter e João Moreira Salles em 1986, a VideoFilmes é uma produtora independente considerada referência pelo conjunto de seus trabalhos. A produtora já realizou mais de 100 projetos de filmes de ficção, documentários, séries, programas para TV, coproduções nacionais e internacionais. Dentre suas produções estão sete documentários do mestre Eduardo Coutinho, incluindo “Jogo de Cena”, “Edifício Master” e “Últimas Conversas”. “Central do Brasil” e “Linha de Passe”, de Walter Salles; “Santiago” e “No Intenso Agora”, de João Moreira Salles; filmes de diretores como Sérgio Machado (“Cidade Baixa”), Karim Aïnouz (“Madame Satã”, “O Céu de Suely” e “Marinheiro das Montanhas”), Flavia Castro (“Deslembro”) e Eryk Rocha (“Transeunte” e “Breve Miragem de Sol”). A trajetória da VideoFilmes é marcada pela conquista de mais de 400 prêmios internacionais, entre eles o Urso de Ouro e Urso de Prata no Festival de Berlim, a Palma de Ouro de melhor atriz em Cannes (“Linha de Passe”), Globo de Ouro, dois prêmios Bafta, além de oito indicações e um Oscar® por suas produções e coproduções.
RT FEATURES | Produtora
Criada por Rodrigo Teixeira em 2006, a RT Features é hoje uma das principais produtoras audiovisuais brasileiras com destaque no mercado internacional. Seus filmes são reconhecidos mundialmente, tendo sido indicados para mais de 40 prêmios — incluindo seis indicações ao Oscar® e quatro ao Globo de Ouro.
Produziu, entre outros filmes, “Call Me By Your Name” (2017), de Luca Guadagnino, vencedor do Oscar® de melhor roteiro adaptado; “The Lighthouse” (2019), dirigido por Robert Eggers, que ganhou o prêmio máximo da crítica na Quinzena dos Realizadores de Cannes; “Ad Astra” (2019), de James Gray; “Wasp Network” (2019), de Olivier Assayas; “A Vida Invisível” (2019), de Karim Aïnouz, vencedor do prêmio de melhor filme na mostra Um Certo Olhar de Cannes; “Murina” (2021), de Antoneta Alamat Kusijanovic, vencedor do Camera d’Or no Festival de Cannes e “Armageddon Time” (2022), de James Gray.
Possui também em seu currículo produções brasileiras de longas-metragens como “O Cheiro do Ralo” (2006), “O Abismo Prateado” (2010), “Tim Maia” (2014), “Alemão” (2014), e a série “O Hipnotizador” (2015).
MACT Productions | Produtora
A MACT Productions é uma produtora cinematográfica sediada em Paris, criada em 1992 por Martine e Antoine de Clermont-Tonnerre. Ela produziu e coproduziu filmes de autor internacionais premiados nos maiores festivais do mundo. O catálogo inclui sucessos notáveis como “Central do Brasil”, de Walter Salles (Urso de Ouro na Berlinale de 1998), “Propriedade Privada”, de Joachim Lafosse, “Etz Limon”, de Eran Riklis, “Hannah Arendt”, de Margarethe von Trotta, e “Caravaggio”, de Michele Placido.
CONSPIRAÇÃO | Coprodutora
Com 10 indicações ao Emmy Internacional, a Conspiração é a produtora independente da América Latina com o maior número de indicações na premiação, sendo vencedora na categoria melhor comédia, com “A Mulher Invisível”. É realizadora de séries como “Fim” (Globoplay), “Sob Pressão” (TV Globo), “Dom” (Prime Video), “Anitta: Made in Honório” (Netflix), “Detetives do Prédio Azul” (Gloob) e “1 Contra Todos” (Fox), além dos shows de não ficção “Viajando com Os Gil” (Prime Video), “Angélica: 50 & Tanto” (Globoplay) e “Se Eu Fosse Luísa Sonza” (Netflix). No cinema, participou dos mais importantes festivais do mundo, como Cannes, Berlim, Sundance, Veneza e Toronto, e foi responsável pelos sucessos de crítica e bilheteria como “Eu Tu Eles” (menção especial de Un Certain Regard), “Casa de Areia” e “2 Filhos de Francisco” – indicação oficial do Brasil ao Oscar® de melhor filme estrangeiro. Atualmente, a produtora prepara títulos como “O Auto da Compadecida 2”, “Ainda Estou Aqui”, “Detetives do Prédio Azul 4”, “A Droga da Obediência” e “Vini Jr”.
GLOBOPLAY | Coprodutora
O Globoplay é a maior plataforma brasileira de streaming, onde os assinantes têm acesso exclusivo a conteúdos originais e licenciados e às produções da Globo. São novelas, séries, realities, humorísticos, filmes, esporte, documentários, infantis e títulos internacionais de sucesso. Com o Globoplay +Canais, além de todo catálogo do Globoplay, o assinante tem ainda a experiência de consumo de 17 canais pagos da Globo, ao vivo e sob demanda. A plataforma também disponibiliza o sinal ao vivo da TV Globo e de outros canais gratuitos. Tudo isso disponível para ver quando e onde quiser.
SONY PICTURES | Distribuidora
A Sony Pictures Entertainment (SPE) é uma subsidiária da Sony Corporation of America, uma subsidiária da japonesa Sony Corporation. As operações globais da SPE abrangem produção, aquisição e distribuição de filmes em cinema, home entertainment, televisão e mídias digitais; uma rede global de canais; operação de estúdio, desenvolvimento de novos produtos audiovisuais, serviços e tecnologias. Tudo isto representa a distribuição de entretenimento em mais de 140 países.
Com presença marcante no mercado nacional, a Sony Pictures distribuiu e/ou coproduziu no Brasil, 22 dos 25 filmes nacionais lançados na década de 90, momento da retomada. Em 2024, através do investimento em inúmeras produções, apostando em novos talentos e diferentes gêneros ao longo dos últimos anos, a Sony chega à marca de mais de 70 filmes nacionais distribuídos e/ou coproduzidos, entre eles: “Deus é Brasileiro”, “O Auto da Compadecida”, “Carandiru”, “Cazuza”, “2 Filhos de Francisco”, “Meu Nome Não é Johnny”, “Chico Xavier”, “Xingu”, “Tainá”, “Um Tio Quase Perfeito”, “Entre Irmãs”, “Kardec” e “Ninguém é de Ninguém”.