O mês de outubro é marcado pelo Outubro Rosa, que visa conscientizar sobre os cuidados com o câncer de mama, o tipo de câncer mais frequente entre as mulheres, com 30% do total de casos de neoplasias, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Andrea Morais Borges, oncologista do Hospital Edmundo Vasconcelos e da Oncoclínicas, explica que a principal razão para os elevados números de casos da doença se deve à mudança de estilo de vida da população atual. Segundo ela, o fator genético não é fundamental para que uma pessoa possa desenvolver a doença, por isso, é necessário levar a mais mulheres informações de prevenção e combate a esse câncer.
“Existem alguns fatores de risco que podem influenciar. É muito importante combater o sedentarismo, que pode não só ajudar na prevenção como também diminuir o risco de uma recidiva após o tratamento inicial de uma paciente com a doença. Também é essencial evitar alimentos embutidos, industrializados e o excesso de bebidas alcoólicas, preferindo uma dieta rica em verduras, legumes e carnes brancas. O risco genético ainda pode existir, com cerca de 10%, em geral, podendo haver alguma mutação genética”, explica a médica.
A especialista recomenda que, para além das mudanças no estilo de vida citadas acima, também é importante a realização de um autoexame para que a paciente possa ter um conhecimento do seu próprio corpo e consiga notar qualquer tipo de alteração. “Vale lembrar que ele não pode e não deve substituir a mamografia, que serve para rastrear a doença antes de uma alteração no exame físico ou autoexame”, alerta.
A mamografia é indicada para mulheres a partir dos 40 anos e para aquelas que possuem um alto risco a partir dos 30 anos (ela ressalta que é importante avaliar junto a um médico se a paciente se encaixa nesse grupo).
“Na mamografia, as mamas são submetidas a uma leve a moderada compressão com o propósito de deixar a espessura e a distribuição da mama mais homogênea. Nesse sentido, essa compressão bem realizada é fundamental para proporcionar uma imagem de melhor qualidade”, descreve ela. Ela indica que a mamografia deve ser marcada entre o quinto e o décimo dia após a data de início da última menstruação. Outra recomendação é que, caso a paciente tenha tomado a vacina contra a COVID, o indicado é que ela espere um mês até a realização do exame. “Isso porque a vacina pode causar reação inflamatória na região axilar, podendo gerar dúvidas no aumento dos linfonodos axilares”, detalha.
O grande benefício da mamografia é identificar o câncer ainda em estágio inicial, aumentando a chance de cura e a necessidade de tratamentos menos invasivos.
A médica oncologista explica que, para definir qual o tipo de tratamento mais recomendado, é preciso classificar qual o subtipo molecular do câncer e qual o seu estadiamento clínico, ou seja, qual a extensão da neoplasia na paciente. “A partir disso, se define a necessidade de uma cirurgia ou até mesmo de um tratamento paliativo se a doença estiver em estágio avançado. Entre algumas opções disponíveis estão a endocrinoterapia ou bloqueio hormonal, drogas direcionadas para uma mutação específica, quimioterapia, terapia alvo, imunoterapia e também os anticorpos droga conjugados. Cerca de 90% dos casos identificados se encontram ainda em estágio inicial, o que é ideal para aumentar as chances de cura”, relata ela.