Pets travessos existem em todas as espécies, raças e casas. Mesmo aqueles que não costumam exagerar nas corridas entre os cômodos, subidas desautorizadas em móveis e esbarrões em vasos ou mesas, vez ou outra acabam dando algum susto nos tutores.
Nestes casos, os primeiros socorros podem evitar o agravamento das situações e até mesmo salvar vidas. A recomendação mais importante é que, em caso de acidente, o animal receba atendimento veterinário imediatamente. É fundamental que os tutores conheçam e tenham o contato de um hospital 24 horas. Assim, saberão onde buscar ajuda caso o animal precise de cuidados emergenciais. Isso tornará a prestação do socorro mais ágil e ajudará o tutor a manter a calma.
Adicionalmente, a adoção de algumas medidas simples pode contribuir para amenizar a dor do pet e manter sua segurança no intervalo entre o acidente e o atendimento especializado. Para auxiliar os tutores a saberem como agir em casos de emergência, a Médica-veterinária e Gerente de Produto da Unidade de Animais de Companhia da Ceva Saúde Animal, Marina Tiba, listou como proceder nos mais diversos casos de acidentes domésticos:
Irritação cutânea:
As alergias e dermatites de contato são problemas causados pela reação alérgica do pet ao contato com alguma substância alergênica. Os animais afetados costumam apresentar coceira, vermelhidão, bolhas vermelhas e falhas no pelo. Nesse caso, é necessário identificar a substância que causou a reação cutânea no animal e não utilizar nenhum produto caseiro para resolver a situação. O tratamento deverá ser indicado pelo médico-veterinário, que poderá receitar medicamentos orais, pomadas ou outros tratamentos tópicos para reduzir o desconforto do pet.
Escoriações:
As escoriações, popularmente chamadas de “ralados”, são lesões simples na pele. Caso o animal sofra um pequeno arranhão, é indicado higienizar a área lavando-a com água e um pouco de shampoo neutro. Se a lesão for maior ou o pet tiver dor na região, pode ser necessária a utilização de pomada antisséptica veterinária, que deverá ser indicada por um profissional. Em ambos os casos, é importante manter a área limpa e o ideal é que o pet utilize colar elizabetano para que não consiga lamber a ferida e permita a cicatrização.
Queimadura:
Em casos de queimaduras, a indicação é lavar a área afetada com água fria corrente por alguns minutos para resfriar e aliviar a dor local. É importante lembrar que não é recomendado utilizar pomadas ou receitas caseiras. Apenas cubra a região com uma atadura ou pano limpo úmido e leve o animal para avaliação veterinária imediatamente.
Choque elétrico:
Caso o pet sofra um choque elétrico, a primeira medida é retirar o equipamento ou fio da tomada. É importante que o tutor tenha cuidado para não tocar no animal durante a descarga de energia, pois há possibilidade de condução da corrente elétrica e consequente choque. Dependendo da intensidade da corrente elétrica, o animal pode sofrer graves queimaduras na boca ou patas, e até mesmo arritmia cardíaca. Portanto, é fundamental levá-lo imediatamente ao atendimento veterinário mais próximo.
Lesões com sangramento:
Lesões hemorrágicas são aquelas com sangramento ativo, causadas por mordidas, cortes ou perfurações. Nestes casos, é importante conter o sangramento pressionando a região com gaze ou um pano limpo enquanto conduz o animal até o atendimento. Ressalta-se que, caso haja algum objeto causando o sangramento, o tutor jamais deve tentar retirá-lo, pois isso poderá agravar ainda mais o quadro hemorrágico.
Fraturas:
Comumente causadas por quedas ou atropelamentos, as fraturas podem ser internas (sem rompimento da pele) ou externas (com os ossos expostos). Se o animal sofrer uma fratura interna, o tutor pode tentar imobilizar a região para evitar maiores danos durante o trajeto até o atendimento veterinário. Para isso, ele poderá usar gaze, atadura, esparadrapo e um objeto reto mais rígido como papelão para dar suporte. Em caso de fratura externa, apenas cubra a região com uma atadura ou pano limpo. Em ambos os casos, é crucial procurar socorro imediato.
Picada de animal peçonhento:
Se possível, o tutor deve identificar o animal peçonhento que picou o pet, o que auxiliará no atendimento veterinário. É importante não mexer no local da picada nem tentar remover o veneno com cortes ou perfurações. O pet deve ser levado imediatamente à clínica mais próxima para receber o tratamento adequado.
Em muitos casos, o tutor pode não estar presente quando o animal é picado. Neste cenário, é essencial estar atento a sintomas que indiquem contato com um animal peçonhento, como inchaço ou sangramento no local da picada, narinas ou gengivas, vômito, fraqueza, dificuldade respiratória, entre outros. A gravidade do quadro dependerá do tipo de agressor, região afetada pelo veneno, quantidade e reação do organismo do animal. Portanto, se notar qualquer alteração no comportamento do pet, o tutor deve buscar ajuda com urgência.
Intoxicação por ingestão oral:
O primeiro passo é identificar a causa da intoxicação, seja produto, alimento ou planta, além da quantidade ingerida e há quanto tempo o pet está apresentando sintomas. Essas informações são essenciais para o atendimento veterinário.
Se o tutor tiver carvão ativado em casa, pode administrá-lo ao pet seguindo as orientações do fabricante, pois reduz a absorção da toxina pelo organismo. Não se deve forçar o vômito do animal, pois isso pode agravar o quadro ou causar lesões no estômago e esôfago. O pet deverá ser levado imediatamente ao veterinário, idealmente com informações sobre o que causou a intoxicação.