A cirurgia plástica para a correção do nariz parece ser algo exclusivo para jovens que estão insatisfeitos com sua aparência desde muito cedo. Mas, isso não reflete a realidade dos consultórios de hoje. O número de pacientes acima dos 50 anos que procuram pela rinoplastia tem aumentado nos últimos tempos. Isso pode ser um reflexo do cenário nacional da cirurgia plástica, que não para de crescer desde que as restrições da Covid-19, que impediam cirurgias estéticas, terminaram em meados de 2021.
Para o professor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e otorrinolaringologista da Clínica Dolci em São Paulo, Dr. Eduardo Dolci, diferente dos jovens que desejam transformar a aparência e conquistar um novo formato de nariz, em sua grande maioria os pacientes mais velhos, que optam pela rinoplastia, estão incomodados com os sinais do envelhecimento.
“A população idosa atual é muito diferente daquela de anos atrás. Eles são mais ativos, mais saudáveis e joviais. Por isso, estão sempre em busca de novos recursos que reflitam esse espírito jovem. A rinoplastia tem sido um grande aliado para o rejuvenescimento, já que traz uma melhora da autoestima devido a melhora da estética nasal”, enfatizou.
Alguns optam por uma cirurgia apenas estética, outros por estética e para melhorar a função respiratória, e outros para corrigir a rinoplastia que fizeram quando jovens, porque não ficaram satisfeitos com o resultado. Em todos os casos não existe uma restrição de idade máxima. O que pode impedir ou recomendar a cirurgia são as condições médicas do paciente, a estrutura familiar e os recursos financeiros.
“A idade é muito relativa quando falamos de estar apto para ser operado. Tudo vai depender do histórico médico e da qualidade da saúde desse candidato. Existem pacientes jovens, por exemplo, mas que estão com a saúde debilitada e não devem passar por uma cirurgia. Assim, como tenho pacientes com idades mais avançadas que estão em excelente forma física e muito saudáveis. E nada os impede de fazer uma rinoplastia”, explicou.
Além das condições físicas, é muito importante levar em consideração que o paciente tenha uma rede de suporte para os cuidados durante o pós-operatório. As primeiras semanas de recuperação podem ser desafiadoras, pois exigem repouso e são acompanhadas de algumas restrições, como o uso de óculos e a prática de atividades físicas.
“Por isso, durante as consultas de preparação para a cirurgia, o médico irá conversar com o paciente para garantir que ele tenha todo o amparo familiar e emocional de que precisa”, finaliza o especialista.