Resposta do cirurgião cardiovascular e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, Dr. Elcio Pires Junior.
O nosso coração é um músculo que trabalha como uma bomba impulsionando o sangue por todo o nosso corpo com uma frequência média de 50 a 90 batimentos por minuto. Todo esse movimento só é possível porque ele possui uma rede elétrica independente dos outros órgãos do corpo, o que permite gerar impulsos e assim batimentos.
Quando pensamos em raios estamos falando justamente sobre uma descarga elétrica em grandes proporções, cerca de 1000 vezes maior do que a de um chuveiro. Por isso, quando uma pessoa é atingida por um raio, o coração entra em curto-circuito e para de bater, consequentemente também o corpo para de respirar.
O que pode acontecer em casos de descargas menores, quando o raio não atinge diretamente a pessoa, mas chega pelo solo próximo a queda do raio ou pela rede elétrica (durante uso de aparelhos conectados a energia), são as arritmias cardíacas. Ou seja, a corrente elétrica que atinge a pessoa muda a frequência natural desses batimentos, podendo acelerar (taquicardia) como desacelerar (bradicardia) o ritmo do coração. Então, sendo assim, se os riscos de raios em período chuvoso aumentam, os riscos de arritmias cardíacas por acidentes envolvendo raios também são maiores.