Nariz entupido e coriza são a combinação perfeita para fazer uso de descongestionante nasal. Mas essa prática não é segura, segundo a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF). Além de mascarar uma possível doença (atrasando o diagnóstico correto), o uso indiscriminado pode causar sérios danos à saúde, como problemas cardíacos e até glaucoma.
A automedicação, seja com gotas nasais, sprays nasais ou mesmo comprimidos, deve ser evitada. “Descongestionantes usados sem avaliação médica e por longos períodos (mais que cinco dias) levam não só ao efeito-rebote (estimulando novamente a obstrução nasal), mas também podem danificar a mucosa nasal, perfurar o septo, desenvolver doenças cardíacas, de pressão arterial, glaucoma, entre outras doenças”, alerta o Dr. Eduardo Baptistella, médico otorrinolaringologista e presidente da ABORL-CCF.
De acordo com o especialista, a congestão nasal é um mecanismo de defesa das vias aéreas, de anticorpos e células imunológicas, para combater os germes invasores, enquanto a coriza lava e umidifica a cavidade nasal. O nariz entupido, congestionado, não é uma doença e sim um sintoma, geralmente indicativo de rinite e/ou sinusite.
Como o nariz entupido frequentemente vem acompanhado por coriza, muitas vezes as pessoas acham que a causa do entupimento é justamente o excesso de muco produzido na cavidade nasal. Mas não é.
O uso de qualquer medicamento sem prescrição médica correta pode atrasar o diagnóstico efetivo e consequentemente a solução para o problema. “Por isso, em caso de febre, dores no corpo, coriza ou dores de cabeça frequentes, procure imediatamente um médico otorrinolaringologista para classificar e avaliar o melhor tratamento ao paciente de maneira personalizada, seja rinite, sinusite, resfriado, gripe e até Covid-19”, finaliza o Dr. Baptistella.