Mais de 65.800 casos e 15.500 mortes de brasileiros por câncer de próstata. Essa é a previsão que o Instituto Nacional do Câncer (INCA) faz para 2020. Números que chamam ainda mais atenção quando se sabe que a maioria das mortes de homens poderia ser evitada com os exames para detecção da doença. Por isso, a campanha Novembro Azul foi criada para lembrar os homens da importância do exame anual.
“Existem muitos tumores de próstata que não são tão agressivos e quando detectados precocemente podem ser acompanhados no que chamamos de vigilância ativa. Em muitos casos o tumor não chega a se desenvolver e se isso acontecer, a gente pode optar em realizar a cirurgia”, explica o urologista do Hospital Marcelino Champagnat, Anibal Branco.
A Sociedade Brasileira de Urologia recomenda que homens façam o exame preventivo a partir dos 50 anos e homens da raça negra ou que tenham histórico familiar com parentesco em primeiro grau, devem começar os cuidados aos 45 anos.
Ubiraci Rodrigues, 56 anos, descobriu o câncer há cinco anos nos exames de rotina que faz religiosamente. Como de costume, fez o PSA (Prostate-Specific Antigens), ecografia da região e o exame do toque retal. Nos dois primeiros não foi constatada nenhuma alteração, mas, durante o toque, o médico descobriu um pequeno tumor. “É uma descoberta muito complexa. A impressão que tive quando veio o diagnóstico do câncer foi de morte iminente”, conta.
Mas, como foi diagnosticado precocemente e o tumor não é do tipo mais agressivo, Ubiraci não precisou de cirurgia ou nenhum outro tratamento invasivo. Ele faz o acompanhamento semestral com o urologista para monitorar se teve alguma alteração. “Vivo há cinco anos com o tumor, só acompanhando. O médico me fala que provavelmente não vai ser o câncer de próstata que vai me matar, já que está estável por todo este tempo”, ressalta o paciente.
Sintomas
O câncer de próstata não apresenta nenhum sintoma nas fases iniciais e esse é o grande risco que os homens que não realizam os exames anualmente com o urologista correm. Normalmente quando aparece algum sintoma, já aconteceu a metástase para o osso e a partir desse momento não tem mais cura.
“Quando a doença é descoberta em um estágio mais avançado, o tratamento acaba sendo muito mais agressivo, comprometendo a produção de testosterona e elevando os riscos de doenças cardíacas, impotência sexual e distúrbios cognitivos”, diz o urologista.