Não bastassem os efeitos da pandemia de coronavírus no sistema de saúde, o Brasil ainda enfrenta falhas no fornecimento de remédios para doenças que precisam de constante controle, como a epilepsia. Entre tantos assuntos urgentes, o governo precisa ter consciência que o número de casos de dificuldade de acesso aos medicamentos é grande, e que isto impacta negativamente na vida das pessoas. Por isso a ABE criou a campanha Mutirão Medicamento na Hora Certa para Epilepsia, com foco em chamar a atenção das autoridades para o problema.
A Saúde Pública tem a missão de administrar, monitorar, desenvolver e incorporar recursos humanos e tecnológicos para garantir o acesso da população aos serviços de saúde. Está na Constituição Federal, Artigo 196, que saúde é direito de todos e dever do Estado, mas a Presidente da Associação Brasileira de Epilepsia, Maria Alice Susemihl, lembra que nem todos têm essa consciência e passam a comprar remédios com recursos próprios.
“A pessoa com epilepsia precisa se reconhecer como sujeito de direitos e a ideia da iniciativa é justamente convocar o protagonismo da população. Nossa missão é coletar as denúncias de forma on-line, ou seja, de forma prática e imediata. Através de posts nas redes sociais, estamos pedindo que as pessoas realmente participem”, afirma.
Fora a questão do direito, é fundamental defender a realização do tratamento de forma regular. A interrupção de medicamentos não pode ocorrer, já que resulta na falta de controle das crises epilépticas. As pessoas com a doença podem precisar ir para o hospital, o que, neste momento, com a pandemia, é um complicador.
A associação está atuando como ponte entre o governo e os cidadãos, reunindo as denúncias coletadas on-line para cobrar os responsáveis, na busca por contribuir com a regularização da distribuição dos medicamentos relacionados com o tratamento da epilepsia. Segundo a Assistente Social da ABE, Fernanda Gomes, a missão da associação é atuar como porta-voz social, e todo o trabalho será minucioso. A proposta é gerar mobilização, potencializando a participação das pessoas na fiscalização, por meio do controle social.
“A ideia é que as pessoas nos enviem pelo direct do Instagram ou Messenger do Facebook, o nome completo, telefone, e relatem a situação ocorrida, relacionada com a falta de medicamentos. Assim, vamos entrar em contato e realizar uma entrevista social. Identificando as demandas negligenciadas, vamos contribuir com a viabilização do direito dessas pessoas, cobrando o governo. Infelizmente, em função da morosidade do atendimento, a falta de logística e de distribuição estão resultando no agravamento das condições de saúde das pessoas com epilepsia, e é por isso que precisamos enfrentar a situação de frente com esforços organizados”, finaliza.
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