Um estudo do Sebrae, divulgado recentemente pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), calcula que o setor deve, em outubro, recuperar níveis de faturamento anteriores ao da pandemia de Covid-19. O caminho rumo a essa retomada tem passado pelo investimento, por parte do setor de gastronomia, em tecnologia para a gestão dos negócios.
O reflexo desta previsão já pôde ser percebido nos últimos resultados de uma empresa especializada no desenvolvimento de soluções para o segmento – a ACOM Sistemas, com sede em Curitiba e São Paulo, e que atende estabelecimentos em todo o Brasil.
A empresa apresentou, no primeiro semestre de 2021, um crescimento de 25%, valor equivalente ao índice registrado em todo o ano de 2020. O volume de novos clientes de food service já superou em mais 100% o volume para o mesmo período do ano passado, e novos clientes não param de chegar. Neste ritmo, estima-se que a ACOM Sistemas feche seu ano com uma taxa de crescimento superior a 50%.
Para o CCO da ACOM Sistemas, Eduardo Ferreira, o desempenho é um indicativo concreto de que o mercado já constatou que o investimento em softwares de gestão especializados é essencial para impulsionar os negócios em um ramo de atividade duramente impactado pela pandemia. “A procura tem crescido e o fechamento de contratos também. As soluções podem e têm ajudado muito o setor de food service a se recuperar”, sublinha o CCO.
O gestor traça um perfil dos novos clientes em busca dessa retomada. “No geral, são grupos de empresas – clientes que têm mais de um CNPJ e precisam de uma gestão mais centralizada de seus estabelecimentos. Alguns chegam sem ter nenhum sistema adotado; outros até têm, mas buscam uma evolução. E todos entendem que precisam controlar melhor seus gastos, rentabilizar suas operações”, exemplifica Ferreira.
Mas em que e quanto, exatamente, softwares de gestão contribuem para que um estabelecimento realize sua atividade-fim – isto é, produzir e fornecer aos clientes pratos, lanches e outras refeições?
De acordo com o CCO da ACOM Sistemas, uma das aplicabilidades está justamente na elaboração dos próprios cardápios e no processo de montagem dos pratos. Softwares permitem ao gestor constituir menus e refeições padronizados, na medida certa para satisfazer os clientes, evitar desperdícios e controlar os custos efetivos de cada prato comercializado.
Outra ferramenta que se difundiu no período de pandemia foi a do “delivery tecnológico”. “Durante os vários momentos de medidas restritivas, o delivery se tornou a única forma de o restaurante seguir funcionando. E mesmo com flexibilizações, o delivery se manteve. Ferramentas tecnológicas permitem criar cardápios mais rentáveis para o negócio, pois são baseados em informações como os custos envolvidos, quantidades de insumos, itens com maior saída, entre outros dados”, ilustra o gestor.
A importância das soluções em TI (tecnologia da informação) para restaurantes, bares e similares vai além da atuação dos estabelecimentos na ponta. Está presente na administração do negócio, no back office, como é conhecido. Ferreira cita o ERP EVEREST, da ACOM Sistemas, cujas funcionalidades possibilitam, entre muitas coisas, fazer a gestão integrada de suprimentos – agilizando e tornando precisa a reposição de produtos e subsidiando o setor de compras com informações em tempo real.
O gestor detalha: “Por meio de um monitor de compras, diariamente o responsável identifica a necessidade de aquisições, baseada no consumo médio e nas requisições das lojas. Ele dispõe de dados como estoques mínimo e máximo, prazo de entrega, giro médio, programação de vendas, estoque em trânsito e compras já efetuadas. Assim, as compras são otimizadas. Os estoques ficam com a quantidade necessária – sem sobras que podem causar desperdícios, ou a falta de itens, que pode comprometer a operação.”
Os pedidos de compras podem ser feitos, inclusive, de forma automatizada. “Softwares se utilizam de machine learning [aprendizado automático da solução] para a análise de padrões de compras e de baixa de produtos. A montagem dos pedidos é realizada, assim, automaticamente”, ressalta Ferreira.
A eficiência no controle dos estoques reflete diretamente na redução do Custo da Mercadoria Vendida, o chamado CMV. Segundo Ferreira, há clientes da ACOM Sistemas que conseguiram baixar em até 10% o CMV de seus restaurantes. “Isso resulta em aumento da lucratividade”, acrescenta.
Ainda no campo da administração da empresa, as soluções tecnológicas viabilizam processos relacionados à gestão fiscal, financeira e contábil de modo a atender às especificidades do setor gastronômico. “Obtêm-se relatórios personalizados, fáceis de serem visualizados e compreendidos pelo proprietário do estabelecimento. Com esses relatórios, o administrador identifica pontos fracos, potencialidades, então consegue corrigir rumos e planejar”, sublinha Ferreira.
São, continua o gestor, soluções tecnológicas que permitem ao proprietário ter um raio-x preciso e atualizado do negócio. Diante de uma conjuntura adversa e complexa, dispor desta vantagem competitiva é crucial. “Com a gestão bem resolvida, o proprietário fica livre para ter ideias, inovar e traçar estratégias que o ajudarão a superar a crise. É um ganho individual, é um ganho importante para um mercado que gera empregos e renda.”