Em 2021, o consumo de carne bovina no Brasil caiu para o menor nível em 25 anos. O preço foi fator preponderante para essa queda. Segundo o IBGE, nos últimos 12 meses, contando até abril deste ano, o brasileiro pagou 35% mais caro para ter carne na mesa. Mesmo cortes que até então eram mais baratos também sofreram reajustes consideráveis, como patinho (47,91%), acém (47,45%) e músculo (45,96%), de acordo com o levantamento da Associação Paulista de Supermercados (Apas). Apesar de o preço ter subido mais de 10%, o ovo tem sido o grande substituto da proteína animal nas refeições.
Durante a pandemia, o brasileiro passou a comer 26,4 quilos de carne ao ano, o que representa uma diminuição de 14% no consumo em relação a 2019. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), esse é o índice mais baixo desde 1996.
Com a alta do preço da carne de boi, o consumidor procurou opções que tiveram aumentos menores, como a carne suína e o frango. “Diante das altas significativas nos valores desses alimentos, a primeira medida é pesquisar os preços em diferentes estabelecimentos”, recomenda o gerente da agência Sicredi Iguaçu PR/SC/SP, Carlos Liberatto.
A perda de poder aquisitivo, consequência do desemprego na pandemia, não é fator isolado para a queda do consumo. Por um lado, os valores recordes da arroba do boi gordo limitaram o consumo interno. Por outro, no entanto, as exportações vêm movimentando grande volume de negócios.
O consumidor que procura variar os cortes de carne que leva para casa tem mais chance de economizar, avalia o especialista do Sicredi. “Na hora da compra, é sempre bom procurar uma oferta que não pese no bolso”, orienta Liberatto.
Embora o preço do ovo esteja mais alto , a proteína tem estado mais presente na mesa do brasileiro. “Em comparação com outros produtos de origem animal, como a carne suína e o frango, o aumento do valor do ovo foi menor. No cenário atual, é um alimento que acaba impactando menos no orçamento familiar”, diz.
O especialista em finanças recomenda também que se amplie, sempre que possível, o leque de opções na sacola de compras. “A qualquer momento, o preço do ovo, por exemplo, pode se elevar ainda mais. Nesse caso, cabe ao consumidor usar de criatividade na cozinha e de equilíbrio orçamentário para comprar o que for saudável e mais barato”, conclui.