A reabertura dos comércios sem limites de horário e capacidade máxima preocupou a Sociedade Paulista de Infectologia (SPI), que publicou uma nota criticando a flexibilização no estado de São Paulo em meio à pandemia de Covid-19. Eles disseram na nota que o número de pessoas adultas imunizadas com a primeira dose “se mostra insuficiente para proteção contra a variante delta” e que “países com altas taxas de vacinas, como Israel e Estados Unidos, têm passado um aumento de casos de mortes” devido ao avanço da variante delta.
Os dados do laboratório meuDNA mostram aumento de resultados positivos em testes de covid-19, que saiu de um número bem próximo de zero e rapidamente pulou para 3,9%, apontando para cima. Sendo que dos testes de coronavírus feitos na capital de São Paulo foi encontrado a variante delta em 81% das amostras.
Em entrevista, o presidente de um dos laboratórios parceiros do Instituto Butantan no sequenciamento do coronavírus no estado declarou que tem ocorrido um aumento na proporção de casos causados pela delta no estado nas últimas semanas. “Está muito claro que já estamos em uma onda da delta. Com certeza essa variante será maioria das amostras aqui em São Paulo também. É inevitável, é uma questão de tempo”, disse o médico geneticista David Schlesinger, CEO do meuDNA. “
Para Schlesinger, os dados preliminares de casos positivos provocados pela variante delta mostram que as vacinas “reduzem drasticamente a mortalidade, mesmo da delta”, mas que a variante “infecta um número mais expressivo de pessoas”.
O médico disse ainda que a vacinação deveria avançar mais rapidamente e priorizar os idosos, mais suscetíveis a formas graves da doença.
“A gente precisa vacinar o mais rápido possível, e a gente precisa aumentar a cobertura de proteção dos idosos. Neste momento, não deveríamos vacinar adolescentes. A terceira dose para os idosos é uma urgência, porque eles morrem muito mais”, disse Schlesinger.