Acidentes domésticos envolvendo crianças é muito comum e os pais ou responsáveis por elas precisam estar sempre em alerta. Segundo o médico otorrinolaringologista Thiago Brunelli Resende da Silva, um imprevisto muito comum é a inserção de objetos no nariz, ouvido ou garganta e, quando isso ocorre, o mais importante é manter a calma e buscar ajuda o mais rápido possível, já que a remoção desses objetos, em casa, pode ser perigoso e gerar sérias lesões.
Um corpo estranho no ouvido pode causar dores e dificuldades para ouvir, sensação de entupimento, lesão na membrana do tímpano, sangramento ou até uma impressão desesperadora, caso o objeto estranho seja um inseto. No nariz, um corpo estranho leva a espirros, coriza e obstrução nasal e, se não for retirado em alguns dias, pode gerar secreção nasal, com mau cheiro, purulenta ou com sangue. Na garganta, pode causar dor, dificuldades para engolir, falta de ar, disfonia e excesso de saliva.
De acordo com o especialista, ao notar que a criança introduziu algum objeto em uma das vias é preciso dirigir-se imediatamente a um serviço de emergência. “Remover o item sem a ajuda de um profissional não é uma boa alternativa e, caso os pais ou responsáveis percebam alguns dos sintomas ou sinais de que o corpo está tentando expulsar algo, também é importante buscar ajuda médica”, orienta.
Para confirmar a presença de um corpo estranho o médico poderá solicitar exames de imagem de acordo com o local, como rinoscopia anterior, exame endoscópico de fossa nasal, otoscopia, exame visual do tímpano, laringoscopia ou ressonância. Em alguns casos agudos de obstrução de via aérea superior, a remoção só poderá ser feita com intervenção cirúrgica.
Caso a criança tenha inserido uma bateria, a situação se torna ainda mais emergencial, pois ela pode causar uma inflamação grave, além da liberação de produto alcalino. “A retirada do corpo estranho dependerá de sua localização e uma lavagem pode ser viável para grande parte, mas deve ser evitada nos casos de perfuração da membrana timpânica. Outros procedimentos incluem aspiração, inserção de sondas e utilização de pinças ou ganchos. Em situações particulares, como na introdução de insetos, pode ocorrer a miíase – infecção da pele causada pela presença de larvas de moscas. Neste caso, é preciso fazer a remoção de todas as larvas e fazer o tratamento recomendado, pois as larvas podem se propagar pelo tecido cerebral, causando encefalite, abscesso cerebral e até mesmo óbito”, acrescenta o especialista.
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