Com o avanço da vacinação em todo o Brasil, muitas empresas começam a se movimentar para a criação de planos e protocolos que garantam um retorno seguro dos colaboradores. Se há um ano o isolamento causava estranheza e desconforto, hoje o retorno àquele “normal” é a nova preocupação de colaboradores e RH’s que se habituaram à realidade do trabalho à distância.
Uma pesquisa da Korn Ferry mostra que 70% dos profissionais dizem que trabalhar remotamente é o novo normal e que retornar à rotina do escritório será “difícil” e “estranho”. A pesquisa também aponta que, para 55% dos entrevistados, a ideia de voltar ao escritório os deixa estressados, mas 58% dizem que continuar trabalhando remotamente pode prejudicar suas chances de ascensão profissional.
Esse cenário traz ainda mais desafios aos profissionais de RH, que precisam ser atentos e criativos para desenvolverem condições e novos formatos que abarquem o ‘novo normal’. A área, que já teve que se reinventar no começo da pandemia, provendo as condições necessárias para o teletrabalho, cuidando desde aspectos ergonômicos até questões relativas à saúde mental dos colaboradores.
Para que as empresas consigam gerenciar um retorno menos traumático aos escritórios, Alana Azevedo, Chief People & Culture da Flash Benefícios, listou quatro importantes dicas que as áreas de recursos humanos podem seguir.
Protocolos são necessários
Mesmo com o avanço da vacinação, ainda precisamos tomar alguns cuidados em relação aos protocolos. E o RH precisa definir – e informar – de forma clara aos colaboradores quais serão esses protocolos para o retorno aos escritórios.
As regras precisam ser seguidas neste momento de retomada. Por isso, os gestores devem criar e seguir um plano seguro, mostrando aos colaboradores todas as regras, como uso de máscara, distanciamento das mesas e rodízio, por exemplo.
Se prepare – e prepare suas equipes
O retorno terá protocolos, e os RHs precisam preparar suas equipes para o retorno através de treinamentos e manuais explicativos das regras,e, é sempre importante ouvir os colaboradores para entender os medos e anseios das equipes. Escuta ativa é a palavra para adaptação aos novos modelos de trabalho!
Vale, também, o investimento em cursos e a oferta de serviços de bem-estar e saúde mental, para que os colaboradores se sintam preparados para o retorno aos escritórios.
Flexibilidade, sempre
Estamos passando por um momento único, nunca visto por nossa geração. E a flexibilidade se tornou fator-chave para o ‘novo normal’.
Os RHs precisam criar condições para que os colaboradores tenham flexibilidade na ida ao escritório, por exemplo.
Ainda mais importante é que tragam flexibilidade para outros aspectos do dia a dia, como a utilização de ferramentas síncronas e assíncronas para processos diários de trabalho. Bem como investir em ferramentas e rotinas de comunicação se tornam essenciais para que as equipes sejam constantemente informadas e possam retroalimentar informações à empresa.
Outro ponto importante são os benefícios, como o home office, fazendo parte integrante da rotina das empresas, alguns benefícios podem não fazer mais sentido para alguns colaboradores e o RH pode buscar por soluções que flexibilizam os benefícios recebidos, dando a eles a liberdade para investirem seus benefícios dentro de suas necessidades e com a segurança que a regulação trabalhista pede.
Humanização já
A flexibilidade com humanização, mas o que isso quer dizer? Somos seres adaptados para viver e necessitar do convívio social, isso é saúde mental! Nos “alimentamos” na e com a integração com outras pessoas, nos reconhecemos e amadurecemos com o convívio social. Entretanto, o distanciamento social, necessário nos últimos meses, nos forçou a deixarmos de lado essa necessidade eminentemente humana, não à toa o adoecimento mental ficou em evidência, e o olhar dos RHs precisou aumentar em relação ao cuidado da saúde mental.
Então, o cuidado no retorno ao escritório passa por buscar resgatar a integração das equipes, agora num modelo híbrido, com a criação de rotinas que integrem as pessoas aos colegas de trabalho e aos líderes. Passará pela busca de processos em que os colaboradores sejam reconhecidos independente da sua presença física nas instalações da empresa. Enfim, tudo novo de novo, não nos enganemos, o processo híbrido de trabalho, que parece ser a forma de trabalho após a pandemia, nos trará mais desafios, nos desafiará a trabalhar nosso olhar e nossa escuta para revermos processos de reconhecimento, retenção, atração e cuidado com os colaboradores.