Hoje os prédios no Estado de São Paulo formam mais de 57 mil condomínios. Nos últimos anos, somente na capital, foram entregues mil novos empreendimentos, alcançando um montante superior a 25 mil edifícios, concluindo-se que as pessoas estão cada vez mais morando em apartamentos. Assim, embora os arranha-céus vêm dominando a paisagem paulistana de forma rápida , o avanço da verticalização da cidade não é algo tão antigo assim.
Estamos em uma terceira geração de pessoas que moram em prédios. Há adultos com 50 anos que nunca moraram em casas, já nasceram em condomínios. Os jovens de hoje que saem das casas de seus pais praticamente não têm outra opção a não ser morar em prédios.
A busca por segurança, oferta de lazer como piscinas e academia de ginástica, e tantos outros argumentos também justificam este comportamento da sociedade que hoje vive em prédios.
Mas viver em condomínio é como estar em um colégio 24 horas por dia, todos os dias da semana. Existem normas e regras que precisam ser cumpridas para poder estabelecer a boa convivência entre pessoas diferentes e o cuidado do bem comum.
Fácil? Nem um pouco. A vida nessas comunidades composta em andares é mais complexa a cada dia. Todos os condomínios têm normas e regras parecidas para controlar o barulho excessivo, o uso das áreas comuns, a permissão ou não de entregas em domicílio nos andares, e todos enfrentam os mesmos problemas já denominados como os 5 Cs: cano, carro, criança, cachorro e calote.
Como já não bastassem os problemas corriqueiros, outros, com efeitos psicológicos um pouco maiores, têm abalado a vida em condomínio, como a intolerância. “Os moradores têm de respeitar as regras, mas também têm de fazer uso de valores como a tolerância, transigência, consideração e respeito”, diz Marcelo Borges, advogado.
Condôminos clientes da Paris Condomínios enviaram diferentes tipos de casos em que a intolerância foi destacada. Em comum, a reclamação de vizinhos sobre barulho em ocasiões especiais como aniversários, casamento de um filho, ou outras comemorações. “São situações esporádicas, em que a compreensão e o diálogo entre os vizinhos têm de prevalecer”, ensina Borges.
Vale destacar aqui que, segundo o advogado, se o barulho, por exemplo, incomoda só um morador, a questão deve ser resolvida entre eles, não podendo assim a administradora interferir. “O síndico pode ser um mediador, para minimizar o conflito, mas a administradora não pode sair multando ou dando advertência sem ouvir todos os lados e com uma reclamação formal do síndico”, explica.
Outro caso, bem interessante, é de um condômino da Paris Condomínios que diz estar sofrendo bullying em seu condomínio. Ele, que mora na cobertura, sofre reclamações constantes de sua vizinha do andar de baixo, pelo barulho da descarga ou por ouvir seus passos (situações corriqueiras em apartamentos com, cada vez mais, acústica de menos). “O pior é que ela sai me difamando para cada morador que muda para o prédio, falando que eu sou o condômino problema e, então, quando entro no elevador, as pessoas já olham feio para mim”, conta o leitor que pediu anonimato.
O departamento jurídico da Paris Condomínios diz que casos de bullying em condomínios ainda não representam uma “epidemia”, com o aumento do número dos processos no judiciário, mas que sempre existiu. “Normalmente são pessoas com problemas patológicos que não conseguem conviver com ninguém que logo recebem apelidos dos outros moradores”, explica. Quem não se lembra da Bruxa do 71, do seriado Chaves?
Em tempos de sentimentos “a flor da pele”, o ideal é promover a tolerância, a harmonia, o respeito, a paz e o diálogo nos condomínios. Hoje, ferramentas disponíveis no site da Paris Condomínios facilitam muito as conversas, os entendimentos e evitam que casos tão simples ganhem estâncias jurídicas. É sempre bom lembrar que, às vezes, nem a pessoa tem conhecimento de que está perturbando.