Criar uma marca do zero pode ser bastante desafiador para uma pessoa sem conhecimento prévio a respeito de estratégia, comunicação e gestão. Há diversos detalhes deste universo que nem sempre são resolvidos nos bancos das universidades, mas sim em contato com quem já alcançou o sucesso e sabe ensinar e apontar o que pode dar certo ou não. Geralmente, todo esse conhecimento é compartilhado em cursos e mentorias, ministrado por quem já está há bastante tempo na área.
O especialista em empreendimentos no setor têxtil Jesué Tomé aconselha que não adianta apenas se envolver com pessoas que também querem ter uma marca e que infelizmente ainda não alcançaram o sonhado sucesso. “Muita gente tem o seu selo, mas não consegue viver dessa atividade. Essas pessoas provavelmente estão cometendo alguns erros ao criar uma marca de roupa”, revela.
Ele destaca que é preciso estar próximo a quem já teve êxito e não só empreendedores de outros segmentos, mas sim daqueles que atuam fortemente com moda. “Eu procuro estar sempre com quem sabe muito mais que eu e isso me faz crescer. Se você pode, faça um curso na área – e eu nem falo de uma faculdade, porque vai ficar quatro anos lá, gastando uma quantia e às vezes nem sai com um trabalho”, destaca.
Uma marca que está começando com pouco recurso pode dar certo sim, e o especialista no empreendedorismo na área têxtil é a prova disso. “Iniciei minha empresa em 2010 e com pouco dinheiro. No começo da minha marca, eu não tinha noção do quanto o networking é importante, mas eu tentava me aproximar das pessoas do jeito que dava, porque naquela época não tinha mentoria, não havia esses ciclos de amizade que eu poderia entrar. Eu errei muitas coisas e perdi muito dinheiro. Se eu for considerar tudo isso, eu gostaria de ter tido a oportunidade de fazer um curso, uma mentoria e evitado prejuízos a partir desse conhecimento.
E para dar uma força especial para quem está se lançando nessa jornada, o especialista separou cinco erros que devem ser evitados para quem quer começar a sua marca de roupa do zero.
1.Não precificar o produto da forma correta: existem vários detalhes em que é preciso prestar atenção na hora de precificar o produto. Não é só comprar por R$ 50,00 e vender por R$ 100,00, e acreditar que vai lucrar esses R$ 50,00. É muito comum achar que vai ter lucro, mas na verdade não vai sobrar dinheiro no caixa, principalmente para reinvestir e fazer com que a marca cresça de verdade. No planejamento, é preciso saber exatamente quanto se pretende gastar para manter a marca em pé.
2.Não vender para lojas multimarcas: se a ideia é vender de verdade, precisa colocar essa meta no plano de negócios e trabalhar em parceria com a esses estabelecimentos multimarcas, porque isso permite escalar a atividade e vender em volume.
3.Achar que tudo é simples, que é fácil ter uma marca e é só produzir, registrar um nome e criar um slogan legal, fazer um logo bacana, encontrar uma private label. Primeiro que é muito difícil aprender tudo isso sozinho. Com o tempo, é possível aprender, mas o empreendedor vai errar muitas vezes, perder dinheiro e pode acabar desanimando. É preciso saber que existem esses altos e baixos e que pode não dar certo. Se a atividade está no começo, precisa ter noção de que não sabe tudo, e buscar conhecimento, estudar e se envolver com as pessoas que já tiveram sucesso.
4.Trabalhar o marketing de uma forma errada: as pessoas acham que é só fazer divulgação e publicação, mas não para por aí. Existe também uma rede de performance que vai ajudar a fazer a venda. Um conteúdo nas redes sociais impulsiona, um anúncio no Google, no Instagram… Tudo isso vai se converter em vendas a marca e traz performance. Jesué lembra que fazia várias ações de marketing, mas não fazia marketing de performance para as pessoas chegarem ao funil de vendas e se tornarem de fato consumidoras. E confessa que isso foi um erro.
5.Não reinvestir o lucro para fazer a marca crescer. É óbvio que vai chegar um momento que o empreendedor vai tirar o lucro da empresa, afinal, ele necessita ter o pró-labore. Mas se não houver investimento em crescimento, não vai apenas estabilizar e sim começar a cair, porque o mercado muda. A empresa precisa definir as porcentagens para cada coisa por isso o ideal é nunca tirar mais da metade do lucro para salário próprio, apenas o necessário.
*Jesué Tomé desenvolveu uma metodologia baseada em tudo que aprendeu ao longo dos mais de dez anos de experiência com sua marca. Depois de diversos caminhos percorridos, erros e acertos com a Alfa Skate® , ele entendeu o que realmente funciona e o que dá resultado no varejo têxtil. Foi depois dessa jornada que ele chegou ao método de ensino batizado de MIAPE, que tem cinco pilares fundamentais como base: mercado, identidade, audiência, produto e estratégia. O propósito é ensinar aos jovens empreendedores como colocar toda a energia no que realmente importa para lançar uma nova marca no mercado em busca de resultados efetivos. Para mais informações, acesse https://viverdemarca.com/curso-viver-de-marca ou pelo Instagram @viverdemarca e @jesuetome