Quando se fala de quebra de bancos, 2008 vem imediatamente à nossa lembrança. Naquela ocasião, a crise mundial que foi gerada começou com a quebra de duas instituições que concediam hipotecas e empréstimos pessoais nos Estados Unidos e culminou com a queda da gigante Lehman Brothers. Um efeito dominó levou várias instituições à falência em seguida, causando a maior crise desde a queda da Bolsa em 1929.
A quebra da Lehman Brothers é considerada a maior da história dos Estados Unidos. E recentemente tivemos a falência do banco Silicon Valley Bank (SVB), já considerada a segunda maior. Tudo começou com uma crise de desconfiança de seus correntistas, após a instituição anunciar que precisaria levantar 2,25 bilhões para continuar operando, levando a uma retirada gigantesca de capital das contas correntes e deixando o banco sem liquidez.
No mercado financeiro, confiança é tudo. E com a desconfiança, aliada à força das redes sociais, que em 2008 ainda não estava nem perto do nível atual, o pânico se alastrou ainda mais rápido. O contágio dessa queda se espalhou ao redor do mundo rapidamente, derrubando bolsas de forma generalizada e atingindo até papéis de bancos que nada tinham a ver com a história.
O controle rígido da inflação no país é apontado como o principal fator para levar o SVB a essa situação, já que o remédio para isso é o aumento de juros, que leva à desaceleração da economia. Essa desaceleração atingiu o investimento em startups, principais clientes do banco
E para piorar o cenário, logo em seguida o banco Credit Suisse veio a público falando em “fraquezas significativas” na comunicação de resultados financeiros nos últimos dois anos e na negativa do maior investidor da instituição para socorrê-lo. Após um período de incertezas sobre o futuro do banco, a autoridade monetária suíça acalmou o mercado, garantido que injetaria a liquidez que for necessária para que o banco mantenha suas operações normalmente.
Com essa medida em relação ao Credit Suisse, a tendência é que os mercados se acalmem nos próximos dias e retomem patamares anteriores a essa sacudida mundial.
No Brasil, as fintechs se posicionaram para tranquilizar seus investidores, dizendo que estão descoladas do cenário americano. Também havia uma expectativa de corte nos juros por aqui, para evitar o que aconteceu por lá, quando a pressão dos juros altos desacelerou a economia a ponto de, provavelmente, ter levado dois bancos à falência.
A diferença entre o remédio e o veneno é a dose. Vamos aguardar as próximas reuniões do Copom para sabermos como virão as próximas prescrições.