Não é exagero dizer que o surgimento dos contraceptivos hormonais mudou definitivamente os rumos do mundo. Ao serem lançados, eles se propagaram rapidamente, sendo associados com frequência à emancipação feminina. A pílula, por exemplo, tornou-se muito popular, sendo prescrita por ginecologistas, vendida nas farmácias e até distribuída gratuitamente por entidades de planejamento familiar, como a Sociedade Bem-Estar da Família (Bemfam), fundada no Brasil em 1965, poucos anos depois da chegada do medicamento ao País.
Tais métodos de evitar a gravidez funcionam à base de formas sintéticas dos hormônios estrogênio e progesterona. Alguns desses modos de impedir a gestação combinam os dois hormônios, enquanto outros têm apenas o último. Ao longo do tempo, essa utilização só evoluiu e na atualidade conta com amplas formas de uso: os contraceptivos hormonais podem ser tomados, injetados, inseridos na vagina, aplicados à pele ou implantados sob ela, agindo, por exemplo, inibindo a ovulação, ao impedir a liberação do óvulo pelos ovários para que não seja fecundado, e/ou engrossando o muco do colo do útero, o que dificulta a chegada do espermatozoide ao local. E, relacionado ao tema, o último estudo feito pela Famivita revelou que 56% das mulheres brasileiras já usaram um contraceptivo do tipo hormonal e que a aceitação deles é menor entre as mulheres mais jovens. Isso porque, na faixa etária dos 18 aos 24 anos, apenas 52% relataram haver feito uso.
Principalmente as mulheres dos 30 aos 34 anos informaram estarem utilizando ou já terem usado um contraceptivo hormonal, com 63% respondendo positivamente. Já dos 35 aos 39 anos, esse número foi de 62%. Interessante ressaltar que entre as mulheres que explicaram já terem usado contraceptivos hormonais, 66% enfatizaram a preferência por métodos não hormonais, contra 51% das que nunca usaram.
Os dados coletados por Estado mostraram que o Rio Grande do Sul é a localidade onde mais mulheres afirmaram já terem utilizado contraceptivos hormonais, com 72%. Distrito Federal, Roraima e Espírito Santo aparecem em seguida no ranking, com 71%, 67% e 65%, respectivamente. São Paulo e Rio de Janeiro figuram no índice com 57%.