Incentivar a leitura na infância pode trazer inúmeros benefícios para as crianças. Além disso, segundo um relatório feito pelo IPL (Instituto Pró-Livro), o público infantil entre 5 e 10 anos é o que mais consome livros no Brasil, lendo diariamente ou quase todos os dias por vontade própria.
Dentro disso, introduzir a leitura de clássicos no dia a dia da criança pode trazer benefícios como o aumento do conhecimento em vocabulário e senso crítico. No entanto, é preciso saber como colocar essas obras no dia a dia do público infantil de forma que seja prazeroso e compreensível para eles.
“A literatura também é porta de entrada para o aprendizado e amadurecimento dos pequenos, assim como forma de passar tempo de qualidade com os pais ou responsáveis”, comenta Fábio Pedro-Cyrino, diretor editorial da Editora Landmark – especializada em livros clássicos e bilíngues.
Nesse cenário, Oscar Wilde (1854-1900) foi um autor inglês que publicou com foco no público infantil nos seus dois livros de contos: “A Casa das Romãs” e “O Príncipe Feliz e Outros Contos”. O autor aborda principalmente um dos seus temas preferidos: os seres humanos, suas duplicidades e a ideia de que nem tudo é o que parece ser.
Essas duas obras de Wilde foram lançadas pela Landmark em capa dura e edições bilíngues, trazendo aos leitores os contos e as ilustrações originais publicados em 1891, com análises e parábolas morais para todas as idades. Quando o escritor publicou seus contos, alguns críticos julgaram que “A Casa das Romãs” era muito complexo para as crianças, mas Wilde discordava. Veja quatro dos contos clássicos que podem ser interessantes para ler com as crianças.
O Pescador e a sua Alma
Neste conto, um jovem pescador encontra uma sereia e deseja casar-se com ela, mas não pode, pois para viver debaixo d’água não pode ter alma. Explorando o universo fantástico, Wilde versa sobre o amor e as suas relações antagônicas com a propriedade, o conhecimento e até mesmo as sensações. É um dos contos mais instigantes do autor e que trabalha com um simbolismo que envolve o leitor do começo ao fim.
O Príncipe Feliz
A obra trata da estátua do Príncipe Feliz, a qual é deslumbrante, laminada a ouro, com olhos de safira, rubis na espada, erguida pela cidade, no ponto mais alto. Quando vivo, ele era alheio ao mundo exterior e à miséria que este continha. E, agora, contempla a pobreza do povo. Um Andorinho chega como um hóspede ocasional e, comovido pelas lágrimas do Príncipe, cede aos seus pedidos: distribuir aos mais necessitados tudo o que ainda tinha de valor.
O Gigante Egoísta
No conto, quando um Gigante se recusa a liberar o acesso ao seu jardim às crianças, um terrível inverno se abate sobre o local: a geada se recusa a ir embora e a primavera se nega a escalar as paredes do jardim. No entanto, o Gigante acaba por ser transformado pelo sentimento de um menino especial. Wilde apresenta lições morais e de cortesia, com um surpreendente final..
O Foguete Extraordinário
A história mostra a discussão entre fogos de artifício durante a comemoração do casamento dos jovens príncipes. O debate entre as personagens serve de pano de fundo para evidenciar os efeitos do individualismo e da competitividade. Dessa forma, o conto, de modo sutil, demonstra aos leitores, de maneira didática, a necessidade de convivência e coletividade.