No Brasil, cerca de 10,1 milhões de negócios no país são chefiados por mulheres, sendo que 52% delas são mães, de acordo com o Sebrae em 2023. Na busca pelo empreendedorismo, a saúde mental não só não deve ser deixada de lado, como pode ser uma aliada do indivíduo nesse processo de independência.
O livro recém-lançado “Café com Freud: Liberdade no emprego, autonomia no trabalho e empreendedorismo”, escrito pela psicóloga Fabiana Ratti, disseca os desafios e recompensas de trilhar o caminho empreendedor, ao mesmo tempo em que instiga os leitores a repensarem suas escolhas de carreira.
“Ser mãe e empreendedora é um desafio hercúleo que demanda equilíbrio, resiliência e muita determinação. Conciliar as tarefas de cuidar dos filhos com as responsabilidades de gerir um negócio próprio pode ser uma rotina extenuante e gratificante”, explica a psicóloga e psicanalista, Fabiana Ratti.
Apesar dos obstáculos, mães empreendedoras encontram motivação na busca por independência financeira, realização profissional e a possibilidade de conciliar a carreira com a maternidade de forma mais flexível. Uma pesquisa realizada pela Rede Mulher Empreendedora divulgada em 2023, cerca de 87% das mulheres que buscaram empreender o fizeram para conquistar autonomia financeira e poder ter mais tempo com os filhos e a família.
Com uma narrativa cheia de insights valiosos, o livro convida os leitores para uma jornada de autoconhecimento, explorando os conceitos de liberdade e autonomia no mundo corporativo. Ratti desmistifica o empreendedorismo, oferecendo estratégias práticas para aqueles que sonham em criar seu próprio negócio.
Empreendedorismo e a Busca por Autonomia
Na obra “Café com Freud e Lacan: Liberdade no emprego, autonomia no trabalho e empreendedorismo” destacam-se reflexões sobre a complexidade de se desvincular da lógica da substituição empregatícia, abordando temas como liberdade, zona de conforto, ignorância e o apego ao senso comum.
A busca por liberdade é um clamor popular, porém, a prática revela uma certa inércia mental quando se trata de definir um caminho profissional autônomo, levando muitos a retornarem ao mercado de trabalho formal, com suas rotinas e hierarquias preestabelecidas.
O ciclo de descontentamento com o trabalho convencional é comum, levantando o questionamento sobre o que realmente se deseja da vida profissional. “A transição para o autoconhecimento é essencial para compreender esses desejos. Diferentemente do emprego formal, o empreendedorismo é comparado a “nadar em mar aberto”, oferecendo um leque amplo de possibilidades, mas também exigindo decisões firmes e pessoais”, comenta Ratti.
Desafios das mães no empreendedorismo
Este cenário evidencia a tendência crescente pela busca de um caminho mais autêntico no mercado e desafia especialmente as mães empreendedoras, que, além das questões profissionais, precisam conciliar a gestão do tempo e as responsabilidades familiares, tornando a jornada empreendedora ainda mais complexa e exigindo delas uma dose extra de resiliência e determinação. A psicanalista cita alguns desses desafios:
“Apesar dessas questões, muitas mães empreendedoras encontram grande realização e satisfação em conciliar a maternidade com a paixão pelo empreendedorismo. A resiliência, determinação e habilidades multitarefas desenvolvidas nessa jornada podem ser essenciais para que sejam bem sucedidas”, finaliza Ratti.