A cada dez brasileiros, oito estão endividados. A pesquisa do Instituto Locomotiva e MFM Tecnologia é uma das muitas que apontam a realidade enfrentada pelas famílias com escassez de dinheiro no Brasil. Segundo o administrador de empresas Tiago Tozzi Nunes, o descontrole financeiro é um dos principais fatores que levam as pessoas ao endividamento, e isto pode estar relacionado, também, à instabilidade emocional.
“Crenças limitantes de incapacidade, por exemplo, pode ocasionar a busca do preenchimento de um vazio interno, levando a pessoa a gastar sem controle com supérfluos”, diz o autor do livro Educação financeira e reflexões sobre a verdadeira riqueza. Ele explica que esta questão, muitas vezes, pode ser resolvida com apoio espiritual e gerenciamento mais consciente das finanças.
E, para quem não sabe por onde começar ou não tem conhecimento prévio de organização, o profissional deixa quatro orientações para aplicar dia a dia.
1. Reconheça e controle o descontrole: Faça um levantamento das despesas e receitas. Identifique onde estão aqueles gastos desnecessários no mercado, com roupas, ou assinaturas de serviços e produtos – evite compras impulsivas. Mas lembre-se: o descontrole é algo interno, já que o dinheiro potencializa a satisfação de vontades. Por isso, a principal transformação precisa interior; aprenda a não viver de comparações; agradeça o que já tem e foque no que deseja conquistar.
2. Avalie necessidades: Agora que você deu um basta no descontrole, faça uma nova análise nas contas e gastos. Priorize necessidades básicas e planeje como atingi-las de forma econômica. Optar por um produto de outra marca e fazer pesquisas de preço são sempre indicados. Há também as necessidades que o dinheiro não preenche, e é preciso ficar atento a elas. Busque alimentar sua alma com notícias boas, momentos em família ou amigos, ações que tragam bem-estar; e reserve também um tempo para praticar a sua fé.
3. Equilibre suas contas pessoais: Liste a sua receita mensal e, deste total, priorize as despesas fixas, como moradia, alimentação e transporte. Crie o hábito de reservar uma quantia mensal para a poupança – ou outro investimento para planos futuros e objetivos maiores. E não precisa ser muito dinheiro, só sabe poupar no muito quem aprendeu a poupar no pouco.
Já para despesas variáveis, divida o saldo restante em partes iguais para cada semana do mês. Exemplo: se você tem R$ 1 mil disponível, pode gastar R$ 250 por semana. Considere também fazer uma projeção anual das finanças, incluindo despesas como IPVA e IPTU. Esta é uma maneira de se preparar para os meses com gastos adicionais. Quanto a rendas extras, como o 13º salário ou “frilas”, transforme-as em poupança ou investimento para o futuro.
4. Enxergue a verdadeira prosperidade: Independentemente de crenças, é importante refletir que a verdadeira riqueza vai além dos bens materiais. Envolve ter saúde, paz, vida familiar harmoniosa e alegrias; tudo isso sustentado por uma crença viva em Jesus. Por isso, inclua a sua fé nas finanças – ao ajudar o próximo, alguma instituição ou a igreja que congrega. Confie em Deus durante todo este processo, pois Ele proverá e guiará suas ações; leia mais a Bíblia, aprenda com os seus ensinamentos e siga de acordo com os princípios divinos.
E será que, se ouvires a voz do Senhor teu Deus, tendo cuidado de guardar todos os seus mandamentos que eu hoje te ordeno, o Senhor teu Deus te exaltará sobre todas as nações da terra. – Deuteronômio 28:1
Por fim, Tiago explica que ser próspero significa seguir dois grandes princípios: união, ao contar com a família para viver uma vida mais completa e com apoio de quem se ama; e honestidade, porque dever a alguém pode prejudicar quem não recebeu o pagamento. Agir corretamente só trará bons frutos para você, então reorganize a sua vida em todos os sentidos.