Embora o verão brasileiro tenha início, oficialmente, somente no dia 22 de dezembro, a média de temperatura já começou a subir na maioria das regiões do País. Por isso, neste final de ano, o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP) reforça os cuidados que devem ser tomados com os pets durante os meses mais quentes.
O médico-veterinário Carlos Augusto Donini, presidente da Comissão de Políticas Públicas do CRMV-SP, ressalta que cães e gatos possuem uma grande capacidade de adaptação às variações de frio e calor. E informa que, para a maioria das 430 raças de cães e 54 raças de gatos, a faixa de conforto térmico encontra-se entre 10°C e 30°C de temperatura ambiente.
“Dentro desta faixa, conseguem adaptar-se perfeitamente ativando seus sistemas de termorregulação, que dependem interativamente da pelagem original, da pele, da respiração, da circulação e dos rins. Gatos são mais resistentes e hábeis na adaptação, cães são mais frágeis (por serem mais dependentes dos humanos)”, explica Donini.
Para os animais idosos e obesos, o profissional recomenda atenção especial. É importante que um médico-veterinário possa avaliar se o organismo não está comprometido e indicar os procedimentos que garantam o bom e rápido equilíbrio do animal para esta estação.
Dicas para um verão saudável
- Proporcione água à vontade. Espalhe mais vasilhas pela casa para aumentar a oferta de água fresca para seu cão ou gato. Durante os passeios, também leve água e faça paradas para permitir a hidratação. Em relação à alimentação, é natural que os animais consumam quantidades um pouco menores de comida.
- Procure manter os ambientes arejados. “Tente colocar as caminhas em diferentes pontos da casa, onde possa ser mais refrescante para o animal deitar e descansar”, orienta a médica-veterinária Cristiane Pizzutto, presidente da Comissão de Bem-Estar Animal do CRMV-SP.
- Não deixe o pet em lugares fechados. “Em hipótese alguma, deixe o animal em carro fechado, principalmente durante uma viagem. Deixe as janelas abertas para ventilar”, recomenda a médica-veterinária.
- Leve o pet para passear em horários mais frescos. “Durante nosso verão, quando com frequência alcançamos mais de 30°C, é importante evitarmos o excesso de exposição desnecessária em passeios longos”, alerta Carlos Augusto Donini. Dê preferência aos horários do início da manhã e do fim da tarde, evitando os passeios entre 10h e 15h. Outra recomendação de Cristiane Pizzutto é verificar as superfícies em que animal estará pisando, como asfalto ou areias muito quentes, para protegê-lo de queimaduras. E se o animal precisar sair com focinheira, opte pelos modelos de grade, mais ventilados.
- Fique atento aos sinais de cansaço. Observe se o pet está ofegante, com a respiração acelerada, ou se está ficando muito tempo com a língua para fora. Nestes casos, é preciso parar, fazê-lo beber água e deixá-lo descansar. Sobre esse aspecto, os médicos-veterinários recomendam ainda mais cautela em relação às espécies que têm focinho mais achatado.
- Aumente a periodicidade de banhos e de escovação. “Banhos com água em temperatura ambiente podem ajudar (quando estiver mais de 34°C), mas a escovação com mais frequência (no sentido contrário do pelo, de trás para frente) proporciona melhores resultados no equilíbrio e conforto térmico”, esclarece Donini. O médico-veterinário também poderá orientar o melhor manejo das tosas, conforme a pelagem do pet.
- Previna acidentes com parasitas e outros animais peçonhentos. Junto ao médico-veterinário, mantenha em dia o controle de pulgas e carrapatos, bem como as medidas preventivas relacionadas às viroses e doenças transmitidas por mosquitos. Incidentes deste tipo costumam ser mais frequentes nesta época, especialmente quando o animal viaja com a família e passeia em lugares desconhecidos. Cuide também da higiene dos ambientes, para diminuir o risco de acidentes com aranhas, escorpiões, etc., tanto para os pets quanto para a família.
- Aproveite o período de férias e festas com seu pet. Não deixe de brincar com seu amigo peludo durante o tempo livre. “Uma dica, para o animal que está acostumado a brincar com bolinhas ou mordedores, é colocá-los no freezer para ficarem mais geladinhos e o animal ter mais prazer ao brincar”, comenta Pizzutto.
Conheça bem o seu animal de estimação
Donini destaca que as habilidades de adaptação podem variar entre as diferentes raças de cães e gatos. Algumas são mais adaptadas a climas secos, frios e com pouco sol (em geral, aquelas que possuem pele clara e pelos mais finos e longos), outras mais acostumadas a climas úmidos e quentes, com muito sol (de pelos curtos, mais grossos e pele mais escura). As mestiçagens também podem influenciar nestas características.
“O exame clínico oportuno e frequente pelo médico-veterinário, além de diagnosticar possíveis alterações precocemente, vai orientar a adoção de manejo e procedimentos preventivos e saneadores dos riscos ao equilíbrio orgânico e comportamental de nossos preciosos cães e gatos e demais animais de qualquer espécie”, destaca.