Disputas bastante acirradas em que um júri escolhido na hora entre pessoas do público elege o vencedor. Esta é a premissa do Slam, campeonato de poesia falada, em que a palavra é o personagem principal e a escuta é um dos maiores aprendizados. Em 2019, o SLAM BR – Campeonato Brasileiro de Poesia Falada reúne os campeões regionais de todo o Brasil da modalidade chega à sua sexta (e maior) edição, e acontece de 12 a 15 de dezembro, no Sesc Pinheiros. A entrada é gratuita.
Apresentado pelo Núcleo Bartolomeu de Depoimentos o evento vai reunir durante quatro dias na cidade de São Paulo os vencedores de cada estado dos “poetry slams”, batalhas de poesia falada que se espalham pelo Brasil com enorme adesão principalmente do público jovem e periférico. O vencedor representará o Brasil na Coupe Du Monde de Slam (Copa do Mundo de Slam), que acontece na França.
“Seguimos despertos e despertas, respeitando as várias formas de existência e celebrando a vida. E em meio a uma sociedade cindida, onde de várias maneiras a guerra é declarada cotidianamente, insistiremos mais do que nunca na poesia como possibilidade de transcendência e como um facho de luz, que aponta para tempos mais bonitos, igualitários e justos”, diz Roberta Estrela D’Alva, diretora, idealizadora e apresentadora do projeto.
Em 2018, a vencedora foi a poeta Pieta, de Minas Gerais. Neste ano, o SLAM BR faz homenagem a dois poetas que faleceram em 2019: Tula Pilar Ferreira, poeta negra, mineira que, influenciada por Carolina de Jesus, participava ativamente de saraus nas quebradas de São Paulo; e Marco Pezão, cofundador da Cooperifa ao lado de Sérgio Vaz e importante agitador cultural da periferia paulistana.
Slam BR 2018 – Foto Márcia Marques
Espalhando poesia
O slam chegou ao Brasil pelas mãos de Roberta e reúne poetas da cena nacional dos Poetry Slams, batalhas de poesia falada surgidas na década de 1980 nos EUA celebradas em mais de mil comunidades ao redor mundo e que hoje se estabeleceram como uma das mais democráticas formas de expressão popular, conquistando cada vez mais adeptos e espectadores.
Assim como nos saraus mais tradicionais, a ideia do formato poetry slam é democratizar a poesia, tendo como ponto de partida um jogo cênico onde a torcida, a emoção e o senso de participação façam parte do encontro. É o casamento do texto com a habilidade de apresentá-lo no palco, que tem o público como jurado.
As batalhas retratam dramas cotidianos, como a homofobia, o racismo, o machismo, preconceito, a violência, entre outros temas. Nelas, os poetas devem ler ou apenas recitar, sem acompanhamento musical, poesias autorais.
Classificatórias
Em sua maior edição o SLAM BR chega ao sexto ano trazendo a São Paulo poetas campeões e campeãs das comunidades de slam de 15 estados: São Paulo, Rio De Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande Do Sul, Santa Catarina, Espírito Santo, Pernambuco, Ceará, Mato Grosso Do Sul, Distrito Federal, Pará, Mato Grosso, Paraíba, Rio Grande Do Norte e Acre.
Uma das características do slam é que o próprio público é o júri das batalhas. No caso do SLAM BR, cinco pessoas escolhidas entre o público, pelo slammaster e pela equipe do evento, atribui notas após cada poema. A nota mais alta e a mais baixa são retiradas. As médias e as notas são marcadas em um quadro onde todos possam ver.
No dia 12 de dezembro, quinta-feira, serão sorteadas as chaves do torneio. No mesmo dia, acontecem as primeiras eliminatórias – quatro ou cinco poetas participam de três rodadas e, escolhidos pelo público, passam para a semifinal dois poetas. A fase eliminatória prossegue na sexta-feira (13), no mesmo formato – quatro poetas participam em três rodadas, das quais passam dois poetas em cada.
As três semifinais acontecem no sábado (14). Desta etapa passam seis poetas para a grande final (dois poetas de cada semifinal). A final acontece no domingo, 15, a partir das 17h, no ginásio Ônix (7º Andar). O vencedor representará o Brasil na Copa do Mundo de Slam na França.
Todas as apresentações são gratuitas e abertas ao público. Além disso, serão transmitidas em tempo real na página do evento no Facebook. A/O vencedor(a) representará o Brasil na Copa do Mundo de Slam na França em 2020.
Ações formativas
Além das apresentações, o SLAM BR vai oferecer três atividades abertas ao público e gratuitas (e terão acessibilidade em libras).
O primeiro workshop acontece na sexta, 13 de dezembro, às 11h, e tem como tema O Corpo Político em Performance, com a atriz Luaa Gabanini. A artista fará com os participantes exercícios que expandam as possibilidades de utilização da linguagem corporal durante a performance poética.
No sábado, 14 de dezembro, às 11h, a compositora, multi-instrumentista e pesquisadora da voz Andrea Drigo ministra a oficina Voz e Performance poética. Uma das professoras de voz mais inventivas de São Paulo traz aos poetas participantes um pouco de seu trabalho, um treinamento vocal para trabalhar a escuta do participante. No mesmo dia, às 14h, o poeta, palhaço e diretor de arte Daniel Minchoni fala com o público sobre Zine e Publicações, como pensar graficamente o poema falado e expandir a linguagem e o conceito dos textos.
Antes da competição começar, no dia 11, às 20h, haverá a exibição do documentário SLAM: Voz de Levante, dirigido por Roberta Estrela D’Alva, Tatiana Lohmann. A entrada é gratuita e a sessão será seguida de um debate com Roberta e com o MC Lucas Afonso.
Sinopse: Em Chicago, NY, Paris, Rio e São Paulo, a mesma cena com diferentes faces: os poetry slams, batalhas poéticas performáticas, se firmam como encontros que instigam a criatividade e o convívio entre diferentes e surgem diante da onda política conservadora mundial como ágoras do livre pensamento e expressão. No Brasil, a poeta Luz Ribeiro vence o campeonato nacional e vai para a Copa do Mundo de Poetry Slam em Paris, representando a nova vertente negra e feminista que tem se firmado pela capilaridade de seu verbo politizado.
SLAM BR
Em seu sentido estrito, o Poetry Slam ou Slam, pode ser definido como um “jogo”, ou ainda “esporte da poesia falada”. Mas para além disso, ele é reconhecidamente um movimento social, cultural e artístico que tem sido utilizado como plataforma para criar espaços onde a manifestação da livre expressão poética, do livre pensamento e a coexistência da diversidade são experienciados como prática de cidadania.
Em seus quase 35 anos de existência, os poetrys slams se converteram em ágoras onde questões da atualidade são debatidas, inclusive com referências socioculturais e políticas. A auspiciosa junção de política, arte, entretenimento e jogo, somados à sua vocação comunitária, fazem com que os slams sejam celebrados em comunidades com realidades completamente distintas no mundo todo.
O SLAM BR acontece desde 2014 e reúne poetas da cena nacional dos Poetry Slams, batalhas de poesia falada surgidas na década de 1980 nos EUA e que hoje se estabeleceram como uma das mais democráticas formas de expressão popular em todo o mundo.
Por muito tempo, a poesia era somente produzida e apreciada em meios acadêmicos. Era. Assim como nos saraus mais tradicionais, a idéia do formato poetry slam, é democratizar a poesia e devolvê-la novamente às pessoas tendo como ponto de partida um jogo cênico onde, como em todo jogo, a torcida, a emoção e o senso de participação façam parte do encontro.
PROGRAMAÇÃO
Esquenta: 11 de dezembro, sexta-feira, 20h
Exibição do documentário Slam: Voz de Levante (2017, 81min), seguido de debate com Roberta Estrela D’Alva e Lucas Afonso.
Galeria Olido (Avenida São João, 473)
Grátis
12 de dezembro, quinta-feira, das 14h às 21h30
16h às 17h30: CHAVE A – 4 poetas participam em 3 rodadas. Passam 2 poetas
18h às 19h30: CHAVE B – 4 poetas participam em 3 rodadas. Passam 2 poetas
20h às 21h30: CHAVE C – 4 poetas participam em 3 rodadas. Passam 2 poetas
13 de dezembro, sexta-feira, das 14h às 21h30
14h às 15h30: workshop O Corpo Político em Performance, com Luaa Gabanini (aberto ao público) – Local: Sala de Oficinas do Sesc Pinheiros (2º Andar): A partir de exercícios que expandam as possibilidades de utilização da linguagem corporal durante a performance poética o encontro propõe uma vivência que explore as possibilidades expressivas do corpo a partir dos princípios do movimento cotidiano e das danças urbanas.
Eliminatórias (Ginásio Ônix – 7º Andar):
16h às 17h30: CHAVE D – 4 poetas participam em 3 rodadas passam: 2 poetas
18h às 19h30: CHAVE E – 4 poetas participam em 3 rodadas passam: 2 poetas
20h às 21h30: CHAVE F – 3 poetas participam em 3 rodadas passam: 2 poetas
14 de dezembro, sábado, das 14h às 21h30
11h às 12h30: Workshop Voz e Performance Poética, com Andrea Drigo (aberto ao público) – Local: Sala de Oficinas do Sesc Pinheiros (2º Andar): Uma das professoras de voz mais inventivas de São Paulo traz aos poetas participantes um pouco de seu trabalho, um “treinamento vocal que abre a escuta para receber o som como uma entidade de frequências moventes, esculpir linhas melódicas sentindo o peso de cada som e fruir com a voz no próprio ato de falar-cantar-mover-pausar”
14h às 15h30: Workshop Zine e Publicações, com Daniel Minchoni (aberto ao público) – Local: Sala de Oficinas do Sesc Pinheiros (2º Andar): Como expandir sua poesia? Qual a melhor maneira de colocar um poema na rua? Como pensar graficamente o poema falado? Zine, publicação, vídeo, música? Qual a melhor cara que seu poema pode ter? Publicar um poema é antes de tudo pensar linguagem, a publicação já é parte do conceito do poema. Essas e outras questões iremos discutir neste workshop, mas não só. A ideia é sair com ao menos um zine pronto. Bora juntos?
Semifinais (Local: Ginásio Ônix – 7º Andar)
16h às 17h30: SEMIFINAL 1 – primeiros colocados das chaves A e C + segundos colocados das chaves B e D
18h às 19h30: SEMIFINAL 2 – primeiros colocados das chaves E e F + segundos colocados das chaves A e C
20h às 21h30: SEMIFINAL 3 – primeiros colocados das chaves B e D + segundos colocados das chaves E e F.
Desta etapa passam 6 poetas para a grande final (dois poetas de cada semifinal)
15 de dezembro, domingo, das 13h30 às 19h
17h às 19h: Grande Final do SLAM BR, com os 1º e 2º colocadxs das semifinais 1, 2 e 3.
O vencedor represenrará o Brasil na Copa do Mundo de Slam na França 2020.
Ficha técnica
Direção geral, idealização, apresentação, curadoria, organização: Roberta Estrela D’Alva:
Idealização, apresentação, curadoria, organização e DJ: Eugênio Lima
Idealização, apresentação, curadoria, organização e Zapitágoras (que faz a soma das notas durante os slams): Luaa Gabanini
Idealização, apresentação, curadoria, organização: Claudia Schapira
Direção de Produção / Receptivo / Logística e Administração financeira: Mariza Dantas
Direção de Produção: Juliana Domingos
Patinadora assistente de palco: Dani Nega – ‘Xuxu’
Conteúdo Digital: Luiza Romão
Filmagem: Fernando Martins
Fotógrafo: Sergio Silva
Produção Artística: Emerson Alcalde
Assistente de Produção: Layla Medeiros
Assistente QG: Ana Paula Quevedo
Técnico de Som: João de Souza Neto
Intérprete Libras: Erika Mota e equipe
Programação Visual: Murilo Thaveira Casadalapa
SERVIÇO
SLAM BR 2019
De 12 a 15 de dezembro
entrada gratuita
Galeria Olido [esquenta]
Av. São João, 473, Centro, São Paulo, SP
Campeonato – SLAM BR
De 12 a 15 de dezembro, quinta a domingo, às 16h
Local: Ginásio Onix (7° Andar)
Sesc Pinheiros – Rua Paes Leme, 195, Pinheiros, São Paulo, SP
Bilheteria: Terça a sábado das 10h às 21h. Domingos e feriados das 10 às 18h
Tel.: 11 3095.9400
Estacionamento com manobrista: Terça a sexta, das 7h às 21h30; Sábado, das 10h às 21h30; domingo e feriado, das 10h às 18h30. Taxas / veículos e motos: para atividades no Teatro Paulo Autran, preço único: R$ 12 (credencial plena do Sesc) e R$ 18 (não credenciados). Transporte Público: Metrô Faria Lima – 500m / Estação Pinheiros – 800m
Sesc Pinheiros nas redes: Facebook, Twitter e Instagram: @sescspinheiros