O trabalho no terceiro setor é geralmente associado ao voluntariado, sem remuneração. Porém, as organizações da sociedade civil já empregam formalmente cerca de 3 milhões de pessoas no Brasil, o que equivalia a 3% da população ocupada em dezembro de 2015, nos dados mais recentes divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em 2018. A maior parte dessa força de trabalho reside no Sudeste (58,5%), são mulheres (65%) e atuam no setor de saúde (40%).
“Tradicionalmente, no Brasil, o terceiro setor está ligado à filantropia, ao assistencialismo e às questões sociais. Por isso, ainda atrai um público mais feminino, geralmente católico”, explica a coordenadora do curso de Gestão de Organizações do Terceiro Setor do Centro Universitário Internacional Uninter, Denise Erthal.
Em 2015, 66% dos vínculos de empregos formais das organizações da sociedade civil não detinham superior completo e ganhavam em média 3,2 salários mínimos. Segundo a professora, nos próximos anos, a tendência é que cada vez mais pessoas com ensino superior estejam atuando nas organizações.
“Embora essas instituições não visem lucro, elas precisam atingir seus objetivos e necessitam de gestão assim como qualquer outra organização da iniciativa privada. Elas têm receita, recebem doações e precisam gerir recursos, sejam financeiros, materiais ou humanos, o que está motivando a contratação de profissionais qualificados, gestores, captadores de recursos e gerentes de projetos”, diz.
Para aqueles que desejam seguir carreira no terceiro setor, Erthal recomenda buscar qualificação profissional. “Além do interesse por uma causa, social ou ambiental, é preciso se qualificar para a função, compreender o propósito do terceiro setor e o funcionamento das políticas públicas. Com o entendimento ampliado, é possível participar de forma mais efetiva”, pontua.