Considerado há muitos anos como o mês da mulher, março ganhou recentemente uma nova repercussão entre o público feminino, mas desta vez, voltada às ações de cuidados à saúde. Colorido de lilás, o período tornou-se um momento propício para as campanhas de conscientização e combate ao câncer de colo do útero, uma doença que tem entre seus principais causadores o vírus do HPV e que, de acordo com dados do INCA – Instituto Nacional do Câncer –, são esperados mais de 17 mil novos diagnósticos da enfermidade ainda neste ano de 2023; um índice de risco em torno de 13,25 casos para cada 100 mil mulheres.
Por se tratar de uma neoplasia previsível e evitável, no Março Lilás fica ainda mais evidente a importância das consultas e realização dos exames anuais de rotina, como é o caso da Captura Híbrida – um teste disponível há mais de 20 anos e com índices de sucesso comprovados mundialmente, quanto à detecção precoce do HPV.
De acordo com a médica ginecologista e pesquisadora clínica do Centro Universitário Faculdade de Medicina do ABC, Dra. Cecília Maria Roteli Martins, as visitas frequentes ao médico e a realização anual dos exames de rotina podem ajudar a salvar muitas vidas e devem ser feitas por todas as mulheres. “Além dos exames mais conhecidos como o papanicolau e a colposcopia, a partir dos 25 anos de idade as mulheres podem fazer a captura híbrida, um teste molecular, mais sensível que outros métodos, capaz de detectar a presença do HPV e, em casos positivos, em qual das 13 variações mais comuns de potencial cancerígeno ele se encaixa. A realização desse tipo de exame permite identificar a contaminação antes do surgimento da lesão, o que amplia as possibilidades dos tratamentos precoces e cura”, explica a especialista.
Silencioso, o câncer de colo do útero costuma apresentar sintomas quando se encontra em estágios mais avançados, não à toa, ele é o terceiro tipo de câncer mais comum entre as mulheres, excluídos os tumores de pele não melanoma. Causado por alguns tipos de HPV (Papilomavírus Humano), uma das maneiras mais efetivas de diagnóstico é o monitoramento frequente da presença do vírus no organismo. Embora 90% dos
casos de HPV representem uma contaminação transitória, onde o próprio sistema imunológico consegue se defender, o risco aumenta quando a presença do patógeno prolonga-se e acaba por gerar lesões no colo do útero, que se tornam feridas e evoluem de forma maligna.
Segundo Raphael Oliveira, Gerente de Marketing Regional LATAM para Diagnósticos Moleculares da QIAGEN, multinacional alemã especialista em tecnologia para diagnóstico molecular, que entre suas soluções apresenta a Captura Híbrida, o índice de sucesso da solução pode ser comprovado mundialmente, especialmente por se tratar de um teste robusto, possuir diversos controles e calibradores, o que garante um resultado confiável. O exame é sensível e preciso em identificar a presença do HPV para além das contaminações transitórias, ou seja, ele somente apresenta um resultado positivo quando essa infecção é persistente e apresenta realmente um potencial cancerígeno, diferente de outros exames como a genotipagem do HPV por PCR.
“A testagem molecular existe há mais de vinte anos e está entre os testes mais utilizados pelos médicos para rastreio genético do HPV. Milhões de mulheres já realizaram a captura híbrida e muitas vidas já foram poupadas pela contribuição dessa tecnologia. Cabe ressaltar, entretanto, que o teste somente é disponibilizado no sistema de saúde privado, ou seja, para mulheres que possuem planos de saúde, algo que representa em torno de 1% de todas as mulheres brasileiras que são elegíveis ao teste. Seguimos trabalhando para que essa tecnologia esteja disponível a um número cada vez maior de mulheres, como as que fazem seus acompanhamentos pelo SUS”, destaca o executivo.
O câncer de colo do útero não costuma apresentar sintomas iniciais e, quando aparecem, pode ser um indício de avanço da doença. Além da realização anual dos exames de rotina, é preciso atenção para alterações como sangramento vaginal sem causa, corrimento alterado, dor abdominal ou pélvica constante, sensação de pressão no abdômen, vontade frequente de urinar e perda rápida de peso. Ao surgimento desses sintomas é recomendado buscar ajuda médica com urgência.