A coluna lombar é uma das partes mais importantes do corpo humano, pois suporta grande parte do nosso peso e é responsável pelos movimentos realizados no dia a dia. No entanto, muitas pessoas sofrem com o travamento da coluna, que pode ser causado por diversos fatores.
Para ajudar a esclarecer as principais causas de travamento da coluna lombar, o Dr. André Evaristo Marcondes, ortopedista e especialista em coluna do Núcleo de Medicina Avançada do Hospital Sírio-Libanês, listou as quatro causas mais comuns vistas em seu consultório. Confira quais são abaixo:
1 – Miofascial: dor que surge devido a uma contratura ou estiramento muscular. Manifesta-se quando um movimento muito brusco machuca o músculo fazendo ele se contrair, ou quando este mesmo movimento estira o músculo, causando uma ruptura ou lesão muscular.
2 – Discogênica: dor decorrente do disco intervertebral. Essa dor pode vir de uma lesão inicial, conhecida como ruptura interna de ânulo fibroso, onde a membrana externa fibrosa do disco intervertebral sofre uma ruptura parcial, desencadeando dor lombar de leve a moderada intensidade. Essas lesões são tratadas inicialmente de forma conservadora (com fisioterapia e fortalecimento muscular), podendo necessitar, em último caso, de procedimentos minimamente invasivos (bloqueios foraminais ou ablações intradiscais).
Mais frequentemente, essa dor vem das temidas hérnias de disco, onde ocorre ruptura completa do disco intervertebral, com extravasamento do conteúdo interno do disco e compressão de estruturas neurológicas adjacente, causando dor lombar de fortíssima intensidade que geralmente vem associada com irradiação para membros inferiores. Essas são lesões mais graves, que muitas vezes demandam tratamento cirúrgico – com graus variados de agressividade na intervenção cirúrgica.
3 – Discopatia degenerativa: desgaste e degeneração que pode variar desde uma desidratação do disco intervertebral, passando por um estágio intermediário de alargamento do disco e perda da capacidade de absorção de impacto conhecida como protrusão, até estágios de degeneração mais grave conhecido como espondilose lombar (desgaste dos discos intervertebrais).
4 – De origem facetária: são quando as articulações sofrem graus variados de deterioração que podem ser, desde uma simples instabilidade entre as articulações, até a destruição total da cartilagem e o atrito intenso de uma estrutura óssea sobre a outra, causando dores de grande intensidade.
Ainda, de acordo com o Dr. André Evaristo, o diagnóstico preciso e precoce permite a resolução da maioria dos casos através da mudança dos hábitos de vida. “Atividade física regular contínua de baixo impacto, medicações por longos períodos, acompanhamento por equipe multidisciplinar como educador físico e fisioterapeuta. Procedimentos algumas vezes invasivos mas de baixíssimo risco, como infiltrações e rizotomias. Apenas nos casos mais graves exigem a necessidade de tratamento cirúrgico”, afirma.
O médico ressalta que a demora no diagnóstico e no início do tratamento sem dúvida vai ser um fator de maior gravidade, tanto da patologia quanto da agressividade do tratamento necessário para a resolução do problema, e em especial com piores resultados colhidos em pacientes crônicos versus os resultados colhidos em pacientes agudos.