Camuflados por vários sabores e aromas, os Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs) – cigarros eletrônicos, vaporizadores e cigarro de tabaco aquecido -, parecem ser uma boa alternativa para o cigarro convencional e inofensivos à saúde. Mas a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia são a favor da manutenção da RDC 46/2009, que se posiciona contra a liberação da comercialização, importação e propagandas de quaisquer dispositivos eletrônicos para fumar.
De acordo com o pneumologista Valter Eduardo Kusnir, do hospital Santa Casa de Mauá, esse tipo de tabagismo causa dependência à nicotina, câncer e doença pulmonar grave. “É trocar um cigarro pelo outro, já que os dois possuem nicotina e são uma porta de entrada para o tabagismo. É preciso alertar e conscientizar que esses dispositivos para fumar também não reduzem os danos causados ao organismo e não é uma opção de tratamento para parar de fumar”, orienta o pneumologista.
Os jovens são os mais atraídos pelos dispositivos, que têm várias formas, designs, cores e tamanhos e, normalmente, levam essência, nicotina e outras substâncias tóxicas e químicas, inclusive as cancerígenas para o pulmão, a bexiga, o esôfago e o estômago. Outro alerta é para o risco de explosões do aparelho e intoxicação.
A inalação de todas essas substâncias, mais a nicotina e o líquido presente nos DEFs também aumentam o risco de acidente vascular cerebral (AVC), especialmente em mulheres que usam pílula anticoncepcional; infecções pulmonares; dermatite; câncer, além de outras doenças cardiovasculares. Já os homens têm duas vezes mais riscos de sofrer de disfunção erétil em relação aos que não utilizam.
A doença pulmonar relacionada ao uso de cigarro eletrônico, a Evali – sigla em inglês para lesão pulmonar associada ao uso de produtos de cigarro eletrônico – denominada pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos -, causam uma reação inflamatória, fibrose pulmonar, pneumonia e insuficiência respiratória.
“A inflamação ocorre porque a fumaça quente dos dispositivos chega a atingir 400ºC, além de riscos como enfisema pulmonar, a inflamação dos brônquios, a pneumonia e o derrame pleural. O tabagismo é uma dependência química e para isso existe tratamento multidisciplinar com orientação médica”, explica o pneumologista Valter Eduardo Kusnir.
O Hospital Santa Casa de Mauá está localizado na Avenida Dom José Gaspar, 1.374 – Vila Assis – Mauá – telefone (11) 2198-8300 –
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