Com o envelhecimento da população mundial, a saúde do idoso se tornou um tema central na discussão sobre qualidade de vida. No Brasil, a expectativa de vida alcançou 77 anos, segundo dados do IBGE, e essa longevidade traz à tona a importância de práticas e cuidados que garantam não apenas mais anos de vida, mas também uma vida mais saudável e ativa.
A nutricionista Fernanda Larralde, especialista em nutrição geriátrica, destaca a relevância de uma alimentação equilibrada e do uso de suplementos para a saúde dos idosos. “Com o avanço da idade, o metabolismo passa por mudanças significativas, o que exige uma atenção redobrada na escolha dos alimentos e na suplementação. Suplementos como cálcio, vitamina D, ômega-3 e colágeno são fundamentais para a manutenção da saúde óssea, cardiovascular e articular dos idosos”, explica.
No Brasil, aproximadamente 75% dos idosos sofrem de pelo menos uma doença crônica, como hipertensão, diabetes, ou osteoartrite, de acordo com o Ministério da Saúde. Além disso, a desnutrição afeta cerca de 15% a 20% dessa população, conforme a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), o que pode agravar essas condições crônicas. Fernanda sugere a inclusão de produtos naturais e a granel na dieta diária dos idosos, como sementes de chia e linhaça, que são ricas em fibras e ácidos graxos essenciais. “Esses alimentos ajudam a regular o trânsito intestinal e oferecem benefícios para a saúde do coração. Além disso, a cúrcuma pode ser incorporada na alimentação por suas propriedades anti-inflamatórias, que são essenciais para o alívio de dores articulares”, acrescenta.
A hidratação, muitas vezes negligenciada na terceira idade, também é crucial. “Os idosos tendem a sentir menos sede, mas a necessidade de água continua sendo vital para o bom funcionamento do organismo. A hidratação adequada, combinada com o consumo de chás naturais como o de camomila e erva-doce, ajuda a manter a saúde da pele, auxilia na digestão e previne problemas renais”, orienta Fernanda.
Além da alimentação e suplementação, a prática regular de atividades físicas é indispensável. Contudo, apenas 15% dos idosos brasileiros praticam atividades físicas regularmente, segundo dados do IBGE. Exercícios leves, como caminhadas, alongamentos e atividades de baixo impacto, contribuem para a manutenção da força muscular, flexibilidade e equilíbrio, reduzindo o risco de quedas — um dos maiores perigos nessa fase da vida, especialmente porque a fragilidade afeta cerca de 30% dos idosos brasileiros, de acordo com o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO).
“Além de cuidar do corpo, é fundamental manter a mente ativa. Atividades que estimulam o cérebro, como leitura, jogos de tabuleiro e até mesmo o convívio social, são essenciais para prevenir doenças neurodegenerativas como o Alzheimer”, acrescenta Fernanda. Vale destacar que cerca de 20% dos idosos apresentam sintomas de depressão, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), muitas vezes decorrentes de sentimentos de solidão e isolamento social, o que reforça a necessidade de apoio familiar e atividades comunitárias para o bem-estar emocional.
Com as devidas orientações, cuidados alimentares, suplementação adequada e o uso de produtos naturais, é possível envelhecer com qualidade de vida, desfrutando de uma terceira idade plena e saudável. “Envelhecer bem é um processo que começa desde cedo, com a adoção de hábitos saudáveis ao longo da vida. Mas nunca é tarde para começar”, finaliza Fernanda Larralde.