Com cerca de 2,4 milhões de professores no Brasil, segundo o Censo Escolar 2024, a pressão da rotina escolar e as demandas emocionais afetam diretamente a saúde mental desses profissionais. A sobrecarga de trabalho, somada às cobranças por resultados, tem levado muitos docentes a desenvolverem problemas como a síndrome de burnout muito antes desse termo ser conhecido.
O impacto vai além do ambiente de trabalho e prejudica o desempenho escolar dos alunos e a convivência familiar dos professores.
Pensando nisso, Marizane Piergentile, pedagoga e diretora de educação dos Colégios Adventista da região do ABCDM e Litoral, explica como o cuidado com a saúde mental dos professores é tratado de forma contínua. “Realizamos encontros diários com os educadores na sala dos professores antes de iniciar o trabalho, onde há um momento de reflexão socioemocional e espiritual, focando nessas três áreas. Também oferecemos um espaço de fala, onde eles podem compartilhar suas preocupações e trocar experiências”, destaca.
Além dessas práticas diárias, ações como palestras de prevenção de doenças emocionais e conscientização sobre o burnout são fundamentais. “É necessário um acompanhamento constante, para que o professor se sinta amparado e tenha as ferramentas para lidar com os desafios emocionais e psicológicos que a profissão exige”, reforça Marizane.
Desde a pandemia, que exigiu um esforço extra dos professores para garantir o ensino e cuidar da parte emocional dos alunos, a atenção à saúde mental dos docentes se tornou ainda mais urgente. Promover o bem-estar desses profissionais é também um investimento na qualidade da educação. “Professores com boa saúde mental melhoram o ambiente escolar e conseguem refletir essa estabilidade em sala de aula, o que resulta em uma aprendizagem mais eficaz para os alunos”, conclui a diretora.