Guardar dinheiro e permitir transações financeiras online é o básico do que os clientes esperam quando escolhem uma instituição financeira. O grande diferencial está na oferta de uma experiência fluida e agradável, que, por sua vez, apoia-se fortemente na educação financeira dos usuários. Segundo especialistas da Infobip, plataforma global de comunicação na nuvem, por meio de ferramentas que vão de chatbots automatizados à Inteligência Artificial, as chamadas fintechs, nativas do meio digital, tomam a dianteira nessa missão, desempenhando um papel fundamental na democratização de conhecimento financeiro útil para o dia a dia.
E a expectativa é que a demanda siga crescendo: de acordo com dados da Akamai, no ano passado, 79% das pessoas afirmaram possuir contas em banco digital. Também em 2022, o estudo Raio-x do investidor, feito pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), revelou que o número de brasileiros que investem em produtos financeiros passou de 31% em 2021, para 36%, o equivalente a 60 milhões de pessoas.
“A educação financeira capacita os usuários a tomar decisões mais informadas e conscientes em relação ao dinheiro, além de diminuir os riscos de perdas. Isso também melhora a confiança dos clientes em relação à instituição”, comenta Giovanna Dominiquini, líder de equipes da Infobip e especialista em soluções omnichannel. Segundo ela, existem uma série de ferramentas à disposição das fintechs para promover essa educação dos usuários. “Essas tecnologias têm o potencial de tornar o processo mais acessível, interativo e relevante para as necessidades individuais de cada cliente”, explica.
Conteúdo financeiro em vários canais
Hoje, as fintechs dispõem de diversas ferramentas seguras para se comunicar com as pessoas — o que facilita o processo de compartilhamento de conteúdo. No celular, as notificações push, por exemplo, podem ser usadas para enviar dicas rápidas baseadas em ações específicas do usuário, como lembretes para poupar dinheiro quando o salário cair, ou mesmo para avisar de bons investimentos que tenham o perfil do cliente. Já o WhatsApp é usado, principalmente, como canal para sanar dúvidas, podendo auxiliar em questões referentes a finanças.
Além destes dois canais, o e-mail — já corriqueiro na comunicação entre fintech e cliente —, é uma ferramenta que permite conteúdos personalizados com maior profundidade, algo útil para a vida financeira dos usuários. Assuntos mais técnicos ou complexos ganham força através do e-mail, pois é possível fornecer explicações mais detalhadas e também links com referências para aprofundamento.
Linguagem simples, leve e amigável
Desde que surgiram, as startups já entenderam que tratar o setor financeiro de maneira muito formal e rígida não é o caminho — e hoje desmistificam essa ideia. Na mesma toada, as fintechs estão compreendendo que ampliar a educação financeira é uma tarefa que não pode soar entediante para o cliente. “Estratégias de comunicação omnicanal no mundo financeiro, cada vez mais, são feitas pensando-se numa linguagem amigável, simples de entender e, principalmente, leve”, detalha Giovanna.
Segmentação, personalização e contextualização do conteúdo
Para serem lidas pelos clientes, mensagens com dicas e informações sobre educação financeira precisam partir de um contexto que as tornem relavantes. Logo, a segmentação adequada do público para cada conteúdo é algo que as fintechs estão de olho. Aspectos como idade, objetivos financeiros, renda mensal, se é um cliente novo ou antigo e relação com pagamentos são importantes no momento de garantir uma educação financeira eficaz.
As segmentações também são dinâmicas. Ou seja, se um cliente recebia dicas sobre como quitar dívidas e, depois de um tempo, ele solucionou o problema, não deve receber mais mensagens deste segmento. Entender o cliente profundamente e saber detalhes de sua situação financeira é uma ótima maneira de guiar as decisões de quais conteúdos devem ser compartilhados com ele.
O papel fundamental da Inteligência Artificial
Automatizar processos para ampliar o compartilhamento de conteúdos financeiros através da Inteligência Artificial ajuda na democratização da educação financeira. Basta imaginar a quantidade de mensagens que podem ser enviadas através de chatbots, por exemplo, sobre os mais variados assuntos da vida econômica do cliente, além da maximização de experiências de ensino interativas. Empréstimos, investimentos, gestão de contas bancárias, planejamento financeiro e dicas de economia doméstica são alguns exemplos de tópicos já abordados por fintechs e que ganham maior alcance por meio de ferramentas de IA.
A educação financeira no Brasil é uma tarefa que envolve diversos agentes, públicos e privados. Neste âmbito, as fintechs estão tomando o desafio para si. “Com a alta procura de pessoas por bancos digitais, essas empresas entendem que precisam ajudar a democratizar o conhecimento básico de finanças no Brasil. Ferramentas para isso elas possuem — e já estão usando a seu favor e a favor do conhecimento dos clientes”, finaliza Giovanna.