O brasileiro é um fã dedicado. E põe a mão no bolso para provar o sentimento que tem por um ídolo ou uma marca. A cada mês, um fã nacional gasta quase R$ 200 para alimentar a relação que tem com seus ídolos. O número representa cinco vezes o gasto médio mensal dos brasileiros com cultura, que fica em R$ 40, segundo o IBGE. Os dados sobre o universo dos fandoms – comunidades de fãs com culturas e comportamentos coletivos próprios, complexos e multidimensionais – estão em uma pesquisa inédita feita pela Monks – marca operacional do grupo internacional de comunicação S4 Capital – em parceria com o instituto de estudos culturais e comportamentais floatvibes.
A pesquisa A Era dos Fandoms entrevistou 622 pessoas no Brasil sobre suas relações com os fandoms e produziu números que permitem uma compreensão mais ampla desses universos. Ao adentrar no mundo dos fandoms, o levantamento busca ajudar as empresas a entenderem melhor os potenciais positivos – e negativos – que essas comunidades trazem.
“A pesquisa mais profunda feita no país sobre fandoms desmistifica os fãs e mostra como o novo padrão de comportamento deles, impulsionado pelas redes sociais, representa grandes oportunidades para as marcas, com um público que combina consumo e devoção”, diz Marina Pires, managing director da Monks Brasil. “Na era dos fandoms em que vivemos, as marcas precisam ter estratégias para como interagir com essas comunidades”.
Os fandoms são, em boa medida, norteados para e pelo consumo. Os próprios números da pesquisa reforçam isso: 53% dos entrevistados entendem que o consumo é fundamental na manutenção da dedicação como fã.
“As lógicas e mecânicas dos fandoms forjaram a internet que a gente conhece hoje, o que faz com que eles tenham um impacto enorme na forma como todos nós nos identificamos, nos relacionamos e consumimos. Nesse sentido, toda marca precisa de uma estratégia de fandoms, seja por engajamento ou pelas tantas oportunidades de criar junto com os fãs.”- André Alves, psicanalista, pesquisador e co-fundador da floatvibes.
A pesquisa entra no detalhe de como os fandoms muitas vezes funcionam quase como religiões, com comportamentos próximos de seitas – o que implica diferentes recomendações para marcas que querem se conectar com esse público. Além de exigentes, os fãs podem também se mobilizar negativamente, como mostra o levantamento: 64% acham que o ódio de um fã pode ser tão potente quanto seu amor. Sem uma estratégia certeira, os fãs rapidamente podem se transformar em haters, causando potenciais danos às marcas.
A pesquisa também se aprofunda especificamente nos hábitos dos fãs nacionais, e revela que 38% dos brasileiros se enxergam como fãs. Além disso, 71% dos entrevistados entendem os fãs no Brasil como os mais dedicados da internet. Esse engajamento leva muitas pessoas a se sujeitar frequentemente a fatores como filas longas, preços exorbitantes, noites acampadas em frente a estádios e cancelamentos em cima da hora.
“O fã brasileiro está acostumado com o perrengue, o que nos revela duas coisas. A primeira é que as pessoas estão dispostas a ir muito longe para demonstrar sua paixão. A segunda é que há uma oportunidade para as marcas conquistarem esse público com gestos de minimização do perrengue”, diz Fabiano Carvalho, diretor de Pesquisa Cultural & Insights da Monks. De acordo com a pesquisa, 64% dos fãs brasileiros acham que as marcas deveriam promover uma experiência livre de perrengues.
Segundo o levantamento, há quatro principais eixos de mobilização de fãs: esporte, música, audiovisual (filmes e séries) e games. Outros números que se destacam sobre os fãs brasileiros são:
O acesso a uma prévia da pesquisa está disponível no site https://hello.monks.com/pesquisa-era-dos-fandoms. O levantamento completo poderá ser adquirido por empresas, que também poderão participar de sprints criativos da Monks, nos quais especialistas indicarão oportunidades a serem destravadas dentro do universo dos fandoms.