Um rosto simétrico e sem manchas é o sonho de toda mulher. Mas, em um país quente e tropical como o Brasil, no qual o sol brilha quase o ano todo, nem sempre é possível. De acordo com o dermatologista Antonio Lui, da Santa Casa de Mauá, algumas manchas indesejadas podem surgir no rosto, testa, nariz e lábio superior, também conhecida como melasma, a qual afeta mais as mulheres e não tem cura. No Brasil, estima-se que entre 10 e 15% das pacientes que passam por consultas dermatológicas sofrem desse distúrbio de pigmentação.
O Melasma caracteriza-se por manchas acastanhadas na pele, de formatos irregulares e bem definidos, que também podem ser extrafacial – braços, pescoço e colo. Sua causa não é totalmente definida, podendo estar ligada ao uso de anticoncepcionais, gravidez, predisposição genética e, principalmente, à exposição solar. O agravamento do quadro pode ser causado pelo calor e estresse, que estimulam a hiperpigmentação.
A responsável pelo escurecimento da pele é a célula melanócito, que tem vários receptores e recebem estímulos de diversas origens. Assim, o estresse pode piorar a mancha, já que aumenta o cortisol, um hormônio que favorece a produção de melanina. A pele mais propensa ao melasma é a morena e a miscigenada, onde os melanócitos são mais competentes e ativos.
De acordo com Antonio Lui, é muito importante consultar um dermatologista para o tratamento mais adequado. “Os cuidados variam de pessoa para pessoa, sintomas e condição, mas todos eles têm proteção contra raios ultravioleta e à luz visível”, alerta.
Os tratamentos consistem em uso de medicamentos tópicos, procedimentos para o clareamento e prevê um conjunto de medidas para clarear, estabilizar e impedir que o pigmento volte. É importante alertar que não existe tratamento de melasma sem fotoproteção, pois as áreas afetadas devem receber a aplicação de um filtro solar potente, com FPS – Fator de Proteção Solar alto, com proteções contra os raios ultravioleta A (UVA) e ultravioleta B (UVB).
“Os clareadores mais eficazes na remoção de manchas são à base de hidroquinona, ácido glicólico, ácido retinóico e ácido azeláico. O resultado demora para aparecer, mas não funciona com todos pacientes. Outros ativos muito utilizados para o tratamento do melasma são arbutin, ácidos kójico, fítico, tranexâmico e dióico”, explica.
Os peelings podem clarear a pele de forma gradual e até mais rapidamente do que os cremes. Já o laser e a luz intensa pulsada são outros métodos que ajudam no clareamento das manchas e devem ser feitos com cuidado para não gerar mais pigmentação.
A maior prevenção para o melasma é a proteção solar, que deve ser contínua e diária ainda que o dia esteja nublado ou chuvoso. A reaplicação do filtro também é de grande importância a fim de manter a proteção adequada durante todo o dia. Além dos filtros, as pessoas com melasma devem usar chapéus, bonés, óculos escuros, guarda-chuva e guarda-sol a fim de evitar a exposição solar da região acometida e estimular o aparecimento de novas manchas.
“Embora a patologia não tenha cura, o tratamento correto pode amenizar muito os sintomas, os quais normalmente afetam a imagem e pode desencadear processos que afetam a autoestima, provocar a ansiedade, tristeza ou até mesmo depressão”, explica o especialista.