No final do ano passado, em uma recente entrevista para a TV, a atriz Letícia Sabatella, declarou que foi diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista (TEA) aos 52 anos de idade. E revelou os desafios, desde a infância, para se encaixar socialmente. Há muitas mulheres com TEA que usam do chamado “masking” na tentativa de serem aceitas socialmente.
Masking, também conhecida como Camuflagem Social, ocorre quando indivíduos autistas tentam imitar comportamentos considerados normais em grupos sociais, como amigos da escola, colegas de trabalho e familiares.
Essa tentativa de se adequar pode ser exaustiva, tanto fisicamente quanto emocionalmente, pois não é natural para os indivíduos com TEA. Pesquisas mostram que o esforço da camuflagem social está relacionado a maiores índices de depressão, ansiedade e exaustão. Mulheres autistas geralmente enfrentam mais dificuldade em realizar a camuflagem do que homens autistas – Explica a Dra. Gesika Amorim, Mestre em Educação Médica, Pediatra pós graduada em Neurologia e Psiquiatria, com especialização em Tratamento Integral do Autismo, Saúde Mental e Neurodesenvolvimento.
Em resumo, a camuflagem social é uma estratégia de adaptação, mas pode ter impactos significativos na saúde mental das mulheres autistas.
O diagnóstico correto é crucial para entender esses padrões e trabalhar com os limites de cada paciente. Reconhecer e compreender esse fenômeno é fundamental para promover uma melhor qualidade de vida – Adverte a Dra. Gesika Amorim.
Você sabe quais as consequências significativas desse fenômeno para a saúde mental dessas mulheres?
– Mulheres autistas frequentemente enfrentam expectativas sociais rígidas e estereótipos de gênero. A pressão para se encaixar e parecer “neurotípica” pode ser avassaladora.
– A camuflagem social envolve imitar comportamentos considerados socialmente aceitos, como manter contato visual, interpretar expressões faciais e seguir regras não escritas.
– A camuflagem social consome energia mental e emocional. O esforço constante pode levar ao burnout, prejudicando o bem-estar geral.
– Ansiedade e Estresse: A constante preocupação em se comportar “corretamente” pode levar a altos níveis de ansiedade e estresse.
– Depressão: A exaustão emocional resultante da camuflagem social está associada a maiores índices de depressão.
– Baixa Autoestima: A sensação de não ser autêntica pode afetar negativamente a autoestima.
– Pensamentos Suicidas: Alguns estudos indicam que mulheres autistas que camuflam seus traços têm maior risco de pensamentos suicidas.
Em resumo, reconhecer e apoiar mulheres autistas na aceitação de sua autenticidade é fundamental para preservar sua saúde mental.
A sociedade deve valorizar a diversidade e promover ambientes inclusivos, onde a camuflagem social não seja uma exigência implacável – Alerta a Dra. Gesika Amorim.