Por Rogério Albuquerque, head de produtos e marketing da Card
O Pix definitivamente tornou-se o meio de pagamento preferido dos brasileiros. A sua escalada meteórica desde 2020 é carregada pela praticidade e instantaneidade que o sistema apresenta, aliado ao movimento de digitalização bancária que os brasileiros passaram a utilizar nos últimos anos.
No início de maio, o sistema de transferências instantâneas do Banco Central alcançou 124,3 milhões de operações, o que resultou em R$68,4 bilhões movimentados em apenas um dia. É inegável que o Pix representa uma revolução dentro da sociedade brasileira, inclusive servindo de base para sistemas similares em outros países, como Estados Unidos, e os vizinhos da América Latina.
Liderando a corrida dos meios de pagamento, o Pix ainda disputa maior espaço com o cartão de crédito. Segundo o Serasa, cerca de 70% dos brasileiros que fazem uso do cartão de crédito possuem três ou mais cartões e muitos motivos podem estar atrelados a este movimento particular realizado pela sociedade brasileira.
Historicamente, o brasileiro realiza o pagamento de compras, que possuem maior valor, como eletrodomésticos, eletroeletrônicos e outros itens de maneira parcelada, e até o presente momento, as melhores condições para este tipo de aquisição estão presentes no cartão de crédito.
Algumas pessoas, inclusive, utilizam o cartão de crédito para qualquer transação, desde que seja possível, para ganhar milhas de vantagem, oferecidas pelos bancos, e assim obter diversos benefícios, como passagens aéreas, produtos e descontos.
Pix e cartão de crédito podem coexistir?
A evolução da tecnologia proporciona mudanças em todos os setores da sociedade. O próprio cartão de crédito começou de maneira primária com uma faixa magnética, que era lido por um terminal de pagamento não eletrônico e até os anos 90, mudanças significativas não foram aplicadas ao sistema dentro do país.
Com os primeiros passos da internet, os terminais de pagamento e, consequentemente, os cartões passaram a possuir mais funcionalidades, chegando ao momento atual, onde pagamentos com cartões de crédito podem ser realizados até mesmo sem contato físico entre o cartão e as maquininhas.
Naturalmente, o Pix se consolida como um concorrente ao cartão de crédito, principalmente nos pagamentos em que os dois podem atuar como forma final de interação entre consumidores e lojas.
Entretanto, existe espaço para que os dois principais meios de pagamento do país atuem de forma simultânea no varejo físico e digital. Se de um lado o Pix pode trazer mais rapidez no ato de pagamento e confirmação da compra ou boleto, o cartão de crédito tem a facilidade do parcelamento, e também concede a possibilidade ao usuário do dinheiro não debitar no ato, podendo ajustar a data de pagamento da fatura para a data de preferência.
Cada vez mais, o futuro parece ser dos meios de pagamento, principalmente com a chegada do Pix crédito, que permitirá o parcelamento de compras no Pix, de maneira parcelada. Mesmo com este avanço, o cartão de crédito deve permanecer bastante utilizado pela sociedade brasileira durante os próximos anos, e o que pode determinar o uso maior ou menor destes meios de pagamento, tanto para um lado, quanto para o outro, serão os benefícios que cada um poderá agregar ao uso do consumidor, desde assinaturas de streaming, jogos, games e música, até benefícios consolidados, como milhas de vantagens e descontos em redes conveniadas.