Sintomas como os citados acima podem ser facilmente confundidos com estresse, cansaço ou até mesmo noites mal dormidas. Porém, quando a dor é recorrente, o problema pode estar relacionado a lesões na coluna cervical e, por isso, exige atenção aos sintomas e cuidados para evitar que o quadro piore.
Cervicobraquialgia é a dor que começa na parte de trás do pescoço, pode irradiar para um dos ombros e chegar ao braço, onde pode apresentar formigamento e perda de força. No pescoço, pode causar certa rigidez e a dor piora com a tosse. Ela decorre de uma compressão dos nervos localizados na região superior da coluna vertebral, entre as vértebras C1 e C8, responsáveis pela sustentação e movimentos da cabeça e membros superiores.
Dr. André Evaristo, ortopedista, especialista em cirurgia da coluna no Hospital Sírio-Libanês, explica que “uma coluna saudável tem movimentação harmônica, mas quando sofre lesão as vértebras e discos podem ser desgastados e ter sua calcificação aumentada. Essa alteração provoca rigidez na estrutura e comprime os nervos do local afetado”.
A compressão pode decorrer de uma série de fatores, como má postura, excesso de carga, estresse, trauma físico, hérnia de disco e doenças degenerativas que comprometem a saúde da coluna. Como há o risco de formigamento, os sintomas são confundidos com infarto do miocárdio.
“Para identificar corretamente a causa do problema, são necessárias avaliações físicas e exames de imagem, como ressonância magnética, que auxiliam o médico na condução do tratamento mais adequado”, revela Dr. André.
A Organização Mundial de Saúde estima que cerca de 37% da população brasileira terá lesões na coluna cervical, somente pela má postura no uso do aparelho celular, com a cabeça abaixada.
“O excesso de tempo nessa posição é prejudicial, pois exige um esforço maior da coluna para sustentar o peso da cabeça em inclinação. Quando está em posição reta, é exercido um peso de cerca de 5 quilos sobre a coluna. Com a inclinação, esse número aumenta em até 6 vezes”, revela Dr. André.
Como se prevenir
Melhorar a postura: é a primeira das opções, a coluna deve ficar reta e a cabeça alinhada, seja nas tarefas do dia a dia, sentado ou em pé.
Visitar o médico ortopedista regularmente, para avaliar possíveis desgastes nas estruturas da coluna.
Fortalecimento muscular: os músculos protegem a coluna, quando estão fortalecidos essa proteção é aumentada e minimiza as chances de lesões.
Fazer alongamento, ao menos uma vez ao dia: um profissional de educação física ou fisioterapeuta pode auxiliar na condução da atividade. Uma das opções de alongamento é a rotação da cabeça, com repetições em três séries de seis movimentos:
Sente-se em uma cadeira ou fique em pé com o peso distribuído igualmente em ambas as pernas