O mundo das crianças é um universo repleto de ideias, possibilidades, diversão e espaço para aprendizados. Mas é importante saber como direcionar toda essa energia e potencialidade dos pequenos para que estas perspectivas sejam descobertas e aprofundadas. Nos dias atuais, com tanta informação chegando até nós de forma rápida e volátil, é preciso repensar qual a melhor forma para que as crianças descubram o próprio mundo, se conheçam e possam, além de tudo, se divertir de forma saudável.
Para o escritor e ilustrador de livros infantis, Guilherme Karsten, o mundo dos livros é uma porta de entrada para a diversão e a imaginação. “A leitura é algo que deve estar presente no dia a dia de todos, principalmente das crianças”, ressalta Karsten. Vencedor de prêmios como Jabuti (Brasil, 2019), Golden Pinwheel Award (China, 2019) e Golden Plaque da Bienal de Ilustrações de Bratislava (Eslováquia, 2019), ele possui sete livros de autoria própria e já ilustrou mais de 30 livros.
Karsten acredita no suporte familiar e no tempo de qualidade criado junto dos pais e tutores para que os filhos sintam confiança e segurança no ambiente onde crescem, e vê a literatura infantil como uma forte aliada para isso. “Quando investimos tempo para estarmos um com outro, brincarmos juntos, lermos juntos e conversarmos mais, nos conhecemos e entendemos o que o outro está passando, e assim podemos rir e se emocionar juntos. Como pai, meus filhos precisam saber que vão encontrar abrigo em mim e que seus segredos estarão seguros comigo. E quanto mais a gente se conhece e estabelece essa conexão, mais nos divertimos juntos e mais gostamos da nossa companhia”, compartilha.
De acordo com a psicóloga Ana Paula Machado, o uso excessivo das telas prejudica o desenvolvimento das crianças, baixando a tolerância à frustração. A especialista reforça que o envolvimento com os livros impacta o entendimento sobre as descobertas do mundo, oferecendo um conhecimento mediado pelo processo de aprender a ler.
“Pais que dedicam algum tempo do seu dia para brincar, olhar o caderno da escola e ler uma história ao dormir, estão cultivando o vínculo afetivo com seus filhos e construindo um modelo de relacionamento saudável que eles irão carregar ao longo da vida. Caso essa oferta seja apenas uma tela de celular ou um videogame, por exemplo, a criança vive essa experiência apenas com uma interação isolada. Logo, o vínculo não é investido e a experiência não estará agregada a uma memória afetiva, apenas a um comportamento ou atitude automática, pois a interação limita-se apenas ao objeto e não à experiência da relação”, explica Machado.
E ela ainda complementa: “existem inúmeros estudos que mostram que o incentivo da leitura precoce em crianças é muito relevante para o desenvolvimento cognitivo. O cérebro, assim como qualquer outro músculo do nosso corpo, requer estimulação para se desenvolver e manter esse desenvolvimento saudável ao longo da vida”.
Então, neste Natal, que tal presentear as crianças com livros infantis e criar momentos de conexão e descobertas? Veja aqui seis livros que brincam com o imaginário, exploram novos mundos e propiciam um espaço de diversão e muita criatividade.