Recentemente, um estudo publicado no British Journal of Ophthalmology apontou que no mundo mais de um terço das crianças e adolescentes têm miopia e prevê 740 milhões de novos casos até 2050. Já a Organização Mundial de Saúde estima que nesse período mais da metade da população mundial será afetada pelo problema.
A miopia é um erro de refração que consiste na incapacidade de enxergar objetos distantes nitidamente. O globo ocular do míope tem um formato mais longo e pontudo e até uma curvatura maior da córnea.
O estudo também destaca que fatores como a maior exposição às telas e menos tempo em contato com a luz natural podem ter impacto na patologia. Para aproveitar o mês da criança e alertar sobre a miopia, o oftalmologista Fernando Naves, do hospital Santa Casa de Mauá, explica que a maior parte dos casos é diagnosticado entre 6 e 12 anos e os primeiros sinais podem aparecer na escola.
“É importante iniciar o tratamento o quanto antes e, para isso, os pais e professores precisam estar atentos às queixas da garotada”, orienta o especialista. A miopia também pode ser identificada em bebês e, quanto antes o tratamento for iniciado, melhores serão os resultados e evitará a progressão da doença. Por essa razão, as consultas oftalmológicas desde a infância são tão importantes”, recomenda o especialista.
Além da possibilidade de telas e falta de luz natural, a hereditariedade é um dos principais fatores que contribuem para o desenvolvimento da miopia. Entre os principais sintomas da miopia infantil estão as queixas de não enxergar com clareza objetos distantes ou não ter essa percepção; visão embaçada; esfregar os olhos; piscar excessivamente; vista cansada; dores oculares e de cabeça; sentar-se muito perto da TV ou aproximar dos olhos smartphones, tablets e livros.
Vale lembrar que a miopia não tem cura, mas os tratamentos são eficientes e ao longo da vida pode haver uma regressão. Entre as formas de tratamento mais indicada para as crianças estão o uso de óculos de grau, de lentes de contato e cirurgia refrativa, dependendo do grau e estágio da doença. “Outro fator importante no tratamento são as pausas, seja durante os momentos de diversão na TV, no uso de outros aparelhos eletrônicos e até durante as leituras e atividades escolares”, orienta Fernando Naves.
Para preservar a visão dos pequenos, o especialista recomenda que crianças menores de dois anos de idade não sejam expostas às telas; as com idade entre 2 a 5 anos podem ter acesso às telas uma hora por dia; as com idade entre 6 a 10 anos até duas horas diárias e os jovens com idade entre 11 e 18 anos, no máximo três horas por dia.
O Hospital Santa Casa de Mauá está localizado na Avenida Dom José Gaspar, 1374 – Vila Assis – Mauá – fone (11) 2198-8300.