Assim como ocorre com outros vírus, as mutações do Sars-CoV-2 acontecem quando ele entra no corpo humano, invade as células e começa a se multiplicar em uma velocidade rápida. Quanto mais pessoas infectadas, mais mutações ocorrem e mais variantes do coronavírus aparecem. Às vezes, novas variantes surgem e desaparecem. Outras vezes, surgem e persistem.
A maioria das novas variantes não alteram drasticamente o comportamento do vírus, mas algumas mutações podem fornecer novas características, aumentando a capacidade de transmissão, de replicação ou até mesmo gerando respostas/sintomas diferentes ao organismo.
Segundo o relatório do Instituto Butantan, atualizado nesta semana, já são 21 variantes identificadas em circulação no estado de São Paulo. Dentre elas, estão a brasileira P.1, renomeada como Gama e responsável por mais de 90% dos casos, e a peruana Lambda, classificada pela OMS no último dia 14 de junho como “variante de interesse”.
Os dados foram obtidos a partir do sequenciamento do vírus, em amostras infectadas, feito pelo próprio instituto e também por instituições parceiras, como a Mendelics, empresa-mãe do meuDNA.
As análises indicam que a variante Alpha tem maior transmissibilidade e causou quadros mais graves em comparação com linhagens que circulavam anteriormente no Reino Unido. A variante Gama, assim como a Alpha, parece ser mais infectante que o coronavírus original. Há indícios de que ela possa se esquivar da imunidade desenvolvida por outras variantes, ou seja, é possível que ela cause Covid-19 mesmo em quem já foi infectado anteriormente por uma variante diferente.
Na segunda-feira, dia 05 de julho, também foi detectado o primeiro caso da variante Delta na cidade de São Paulo. Até agora, há poucos estudos científicos, mas acredita-se que ela seja mais contagiosa e cause quadros mais graves do que as demais.
As evidências que temos até o momento mostram que, embora a resposta das vacinas às variantes possa ser menor em relação ao vírus original, elas conseguem ajudar na defesa do organismo contra a doença e diminuir a quantidade de casos graves e mortes. Sendo assim, a vacinação em massa continuará sendo uma das principais formas de lutar contra a pandemia, mesmo com o surgimento de novas variantes.
Testes de Covid conseguem detectar novas variantes?
Muitos testes de Covid conseguem detectar as novas variantes do coronavírus, mas não todos. Tudo depende de como o teste funciona.
Exames moleculares, por exemplo, dão positivo quando encontram genes do vírus na amostra analisada. Nesses casos, a detecção da variante dependerá de qual gene é analisado no teste e se ele sofreu mutações ou não.
A maior parte das mutações observadas até agora, incluindo nas variantes Alpha, Beta e Gama, está no gene S, que codifica a proteína spike, responsável pela entrada do vírus nas nossas células. Por isso, testes que buscam pelo vírus baseados nesse gene terão dificuldades em detectar as novas variantes e podem gerar resultados falso-negativos.
Já testes que buscam por outros genes provavelmente conseguirão detectar as novas variantes. O meuDNA Covid, por exemplo, tem alta especificidade para o gene N. Portanto, ele consegue identificar as novas variantes com a mesma precisão do coronavírus original: as chances de falso-positivos são inferiores a 1%; enquanto as taxas de falso-negativos, inferiores a 20%.
Por isso, testar a população continuará sendo uma das melhores maneiras de rastrear o vírus e frear a pandemia. Então, até vencermos essa luta contra o vírus, continue se cuidando: além de usar máscara, higienizar as mãos com frequência e manter o distanciamento social, teste-se regularmente. Assim você descobrirá a infecção pelo vírus rapidamente e evitará a contaminação das pessoas mais próximas a você.