O câncer de mama é, ainda, um desafio mundial. No Brasil, a estimativa é de que surjam 704 mil casos novos da doença no triênio 2023-2025, com destaque para as regiões Sul e Sudeste, que concentram cerca de 70% da incidência da doença, conforme dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca).
Em meio a esse cenário, o Outubro Rosa – mês conhecido internacionalmente para a conscientização sobre o câncer de mama é uma campanha importante para reduzir a incidência de casos e a mortalidade – uma vez que há grandes chances de cura, de mais de 90%, quando detectado com antecedência, segundo especialistas.
Para quem detecta a doença em estágio avançado ou terminal, os cuidados paliativos desempenham um papel importante em termos de melhoria da qualidade de vida dos pacientes por meio do gerenciamento dos sintomas, apoio emocional e enfrentamento dos desafios associados ao tratamento do câncer.
“Promover o diálogo sobre os paliativos ajuda a derrubar preconceitos e garante que as mulheres com câncer de mama, especialmente aquelas em estágios mais avançados, possam receber o cuidado integral que merecem. O tratamento do câncer vai além da cura da doença. É cuidar da pessoa em sua totalidade, respeitando suas necessidades físicas, emocionais e espirituais”, afirma o coordenador nacional de Cuidados Paliativos da Versania Brasil, Dr. Munir Murad.
No caso de problemas de saúde complexos e recorrentes, a assistência paliativa pode ajudar a coordenar os planos de cuidados e lidar com o impacto físico e emocional causado pelas hospitalizações, segundo Murad.
De acordo com o especialista, as equipes de cuidados paliativos auxiliam pacientes e suas famílias na tomada de decisões, especialmente quando enfrentam escolhas sobre tratamentos agressivos e cuidados relacionados ao encerramento do ciclo de vida. “Eles se concentram no controle de sintomas, no suporte emocional e na comunicação sobre os objetivos de cuidados, garantindo que os pacientes e suas famílias recebam o atendimento abrangente e a assistência de que necessitam durante os momentos difíceis”, explica.
Ele lembra que um estudo realizado em Boston (EUA) revelou que pacientes com câncer de pulmão que receberam esse tipo de assistência antecipadamente tiveram uma sobrevida prolongada. “Eles viveram mais tempo e, além disso, viveram melhor. Houve melhora nos sintomas de depressão e na qualidade de vida”, constatou
Segundo o médico, os cuidados paliativos – que ainda são tabus no Brasil -, ocorrem, muitas vezes, em paralelo ao atendimento dos médicos que acompanham os casos dos pacientes, como cardiologistas, oncologistas e neurologistas.
Na unidade da Versania Brasil em Belo Horizonte – empresa da multinacional espanhola Keralty -, a linha de cuidado paliativo traz uma abordagem multidisciplinar e integrada de cuidados médicos, psicossociais e espirituais com foco na qualidade de vida do paciente mesmo diante de doenças graves, avançadas ou incuráveis.