Com o crescente avanço da Inteligência Artificial e a automação proporcionada por diferentes ferramentas tecnológicas, é imprescindível a atualização profissional constante para o futuro profissional. Um estudo recente realizado pela Korn Ferry — empresa americana de consultoria de gestão —, com empregadores das 20 maiores economias do mundo, chegou a resultados impressionantes. Em 2025, a falta de mão de obra qualificada será responsável pelo déficit de US$ 3,8 trilhões na produção mundial e chagará a US$ 8,5 trilhões em 2030. No Brasil, a projeção para esse déficit de produtividade é de R$ 800 bilhões em 2030.
Para o pró-reitor de pós-graduação do Centro Universitário Internacional Uninter, Nelson Castanheira, o profissional não deve se preocupar com as vagas de emprego que acabarão, mas sim com o seu preparo para enfrentar os novos desafios. “Há vagas nos principais segmentos da economia, o que não há é mão de obra qualificada para ocupá-las. Daí a necessidade de estudar continuamente e desenhar um plano de carreira. O profissional precisa saber quais competências deverá adquirir para o seu crescimento dentro de uma empresa, bem como estar alinhado com o que a empresa ou o mercado esperam dele”, afirma o pró-reitor.
Realizar um planejamento de carreira alinhado às transformações e tendências do mercado de trabalho é um dos primeiros passos para alcançar os objetivos profissionais. Para o professor José Benedito Caparros Junior, coordenador dos cursos de pós-graduação da Uninter, é importante que as pessoas saibam gerir e elaborar um plano estratégico para seu futuro.
“Primeiramente, nós, como profissionais, precisamos ter autoconhecimento e, portanto, saber quais são as nossas aptidões. A partir disso, devemos investigar quais profissões mais se adequam às nossas características pessoais. Em terceiro lugar, precisamos conhecer a fundo essa profissão, de modo que possamos compreender o seu mercado de trabalho, os desafios e as competências que podem lhe trazer destaque. Já em quarto lugar, é preciso botar a mão na massa, ou seja, estudar bastante, aproveitar todas as oportunidades, criar networking e assim por diante. Por fim, precisamos ter paciência, pois criar uma carreira não acontece de uma hora para outra. Tudo isso, sem sombra de dúvidas, irá ajudá-lo a criar e manter uma carreira focada e em perene crescimento”, explica o coordenador.
Network como parte importante da estratégia
Todo mundo conhece, ou até mesmo já foi selecionado para uma vaga de emprego devido à indicação de outro profissional. O conhecido network, que nasceu antes mesmo do currículo, ainda é uma das práticas mais eficientes para o relacionamento com o mercado. Ele nada mais é que o cultivo uma rede de relacionamentos que conhece seu trabalho, talentos e capacidades profissionais.
“Grande parte dos trabalhos e contratações acontecem por indicação. Isso gera um sentimento de confiança tanto por quem indicou quanto por quem recebeu a indicação. Esse é o resultado do network que configura uma característica da espécie humana, biológica, social e cultural que evoluiu com o tempo. Nós, seres humanos, somos animais sociáveis que, para sobreviver, precisamos criar conexões com pessoas e redes”, afirma o doutor em Estudos da Linguagem e professor da Universidade Federal do Paraná, Hertz Wendell de Camargo.
Atualmente as redes sociais são grandes aliadas neste processo. Assim, a dica é que o profissional construa uma narrativa em seus perfis condizente com seus objetivos profissionais e pessoais, pois essa é uma grande vitrine para o mercado que alimenta o networking.