Antigamente as doenças do coração eram vistas como um problema predominantemente masculino. Porém, infarto, insuficiência cardíaca e outras doenças relacionadas ao coração, passaram a atingir muitas mulheres. De acordo com o Ministério da Saúde, as doenças cardiovasculares são a segunda maior causa de morte entre as mulheres no país, ficando atrás somente do AVC (Acidente Vascular Cerebral).
Um motivo que pode explicar esse número, é a demora na busca por atendimento ao sentir os primeiros sintomas. Pesquisa publicada no periódico especializado Therapeutics and Clinical Risk Management, mostra que 62% das mulheres não sentiram dor ou desconforto no peito, comparadas com apenas 36% dos homens. Muitas mulheres contaram que sentiram falta de ar e sintomas gastrointestinais, como náusea e indigestão.
“Um ataque cardíaco não precisa, necessariamente, provocar dor no peito. Existem outros sintomas, como falta de ar ao fazer algum esforço, cansaço excessivo e anormal, dores de cabeça anormais e sem motivo aparente, suores frios, mal-estar, fadiga e dor nas costas e na mandíbula”, explica o Dr. Elcio Pires Junior, cirurgião cardiovascular e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular.
Ainda de acordo com a publicação, as mulheres têm maior tendência a descartar seus sintomas, atribuindo-os a estresse ou ansiedade.
“As mulheres passam por algumas fases ao longo da vida, como alterações hormonais e gravidez, que podem interferir na saúde cardiovascular. Sendo assim, é importante acompanhar a pressão arterial, as taxas de glicose e o colesterol”, aconselha Dr. Elcio Pires Junior.
Porém, não é preciso sentir algum desconforto para procurar um especialista. Quando o paciente não estiver envolvido com os fatores de risco, como tabagismo, obesidade, consumo excessivo de álcool e sedentarismo, o indicado é que os homens realizem uma avaliação ao completarem 40 anos, e as mulheres, 45 anos.
Muitas doenças cardiovasculares são preveníveis, para isso é importante manter o peso, adotar uma dieta saudável e praticar atividade física.