* Por Thaísa Passos, gerente de Marketing global da S.I.N
Que tipo de líder você é? O que desafia o status quo? Ou é daqueles que se sentem confortáveis com as coisas do jeito como elas são? Como líder, pode ser tentador adotar uma mentalidade de ficar na zona de conforto quando tudo vai bem e os problemas são ocasionais. Porém, uma gestão assim não tem nada a ver com o mindset disruptivo. O líder que tem a disrupção como base precisa ter uma mentalidade de crescimento, que se concentra nos aspectos positivos das mudanças. É curioso, tem a mente aberta e não teme incertezas.
Não há como negar: líderes disruptivos são a antítese da complacência e, mais do que isso, são catalisadores da inovação. O mindset disruptivo é uma oportunidade, pronta para abraçar as demandas do seu público-alvo. Afinal, novos mercados e soluções não surgem sem uma liderança forte e disposta a correr riscos, a errar, a ampliar o sucesso…e a romper com velhos padrões.
Veja, a seguir, algumas estratégias para colocar em prática a liderança disruptiva.
Lidere com propósito – Mais do que fazer o que precisa ser feito, há quem queira fazer a diferença. E um levantamento da Mckinsey prova isso. Na pesquisa, 70% dos entrevistados disseram buscar propósito em seu trabalho. Só 15% deles, no entanto, o encontraram – e isso impacta a motivação de qualquer grupo.
Tão necessário quanto falar sobre objetivos e estratégias é conversar com a equipe sobre as transformações que cada talento pode realizar. Vale destacar, também, os impactos em contextos externos, especialmente se eles envolvem valores como inclusão, bem comum e sustentabilidade. Cuidado, porém, com discursos vazios. Só mencione o que realmente integra a cultura organizacional e se encaixa nos seus princípios enquanto líder.
Inspire – No livro “Comece pelo porquê”, Simon Sinek faz distinções interessantes. Segundo ele, ser líder nada mais é do que assumir um cargo alto no organograma. Já liderar tem significados amplos que influenciam no comportamento do seu time. Ou seja, potencializar um grupo requer desconstruir noções de poder e hierarquia, tirando de cena o chefe que dá ordens para entrar o gestor que norteia com expertise, bons exemplos, histórias de superação.
O resultado mais evidente desses diálogos é a construção de relações mais fluidas, assim como um maior número de adesões a projetos corporativos por identificação – não obrigação.
Apoie seu time – Frisar a importância do trabalho em equipe pode ser um clichê. Mas números do próprio mercado comprovam que o lema “um por todos e todos por um” segue atual. Segundo dados da Deloitte, 53% das organizações que trocam operações individuais por atuações em conjunto alcançam desempenhos de mercado superiores. Algo semelhante atestou o ADP Research Institute apontando que, quando aliados uns aos outros, profissionais se engajam duas vezes mais ao trabalho. Potencializar resultados, então, depende de escalar o time certo e promover a cooperação (não a rivalidade) entre seus membros.
Se abra aos feedbacks – Para 41% dos profissionais no mercado, habilidades de comunicação e boas relações interpessoais não podem faltar aos melhores líderes. Ao mesmo tempo, a capacidade de coordenar e oferecer feedbacks foi mencionada por mais de 21% das pessoas. Os números aparecem num relatório da Training Industry e mostram que tão importante quanto a boa escuta é a capacidade de transformar informações em possibilidades.
Portanto, seja o líder que se interessa pelo desenvolvimento dos processos, considere os insights da sua equipe e avalie, inclusive, a necessidade de mudar rotas. O caminho para o sucesso também tem curvas, paradas e retornos.
“Lidere, mas saia do caminho” – A frase de Brent Gleeson, autor de Taking Point e coach empresarial, tem significado simples: dê autonomia a seus liderados. A dinâmica de empoderar equipes nos faz lembrar que times capazes de se mover com poucas intervenções são originados a partir de lideranças sólidas. E aqui vale citar Tom Brady: “Minha função é ser o melhor que posso para o time, não para mim mesmo”, conclui ele.