A primavera é uma das estações mais bonitas do ano, mas as mudanças climáticas comuns no período e a polinização das plantas causam grande incômodo para quem sofre de rinite alérgica. De acordo com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), cerca de 40 milhões de pessoas possuem a doença no país.
Segundo o otorrinolaringologista Thiago Brunelli Resende da Silva, do Hospital Santa Casa de Mauá, a patologia é um processo inflamatório ou infeccioso que acomete a mucosa que reveste o nariz, responsável pela proteção contra tudo o que é inalado. “Os sintomas como, obstrução nasal, espirros e coriza bloqueiam a passagem do agente agressor e impedem que as substâncias inaladas alcancem os pulmões. Essa reação é normal, porém em alguns casos ela é exagerada e duradoura, caracterizando a rinite alérgica”, explica.
Na maioria das vezes, a doença é hereditária, mas, mesmo que os pais não a tenham, as manifestações alérgicas podem surgir em qualquer momento da vida.
A rinite alérgica não é contagiosa e alguns alérgenos podem aumentar a irritação da mucosa nasal, como pólen, ácaros, animais, fungos, descamação de pele, mofo, perfume, alimentos, medicamentos, dentre outros.
Quanto maior a exposição a esses alérgenos, maior será a quantidade de anticorpos e sintomas, como espirros, coriza, nariz entupido, tosse e, coceira no nariz, garganta, céu da boca e olhos. Muitas vezes, a rinite alérgica é confundida com gripe, e também pode estar associada à asma, otites médias, sinusite e roncos. O sintoma que mais gera incômodo é o nariz entupido, pois dificulta a respiração e pode levar ao uso de medicações inadequadas.
“A atenção deve ser redobrada com as crianças, já que a obstrução nasal constante pode causar alterações no crescimento facial, na postura da língua, e na deglutição, assim como má oclusão, sinusite e dificuldades para respirar”, alerta o médico.
A rinite alérgica também pode afetar negativamente a qualidade de vida. Portanto, o primeiro passo para o diagnóstico correto é buscar um especialista, que levará em conta a história do paciente, avaliação clínica das vias aéreas e exames de imagem. Em seguida, serão identificadas as substâncias que provocam a alergia para evitar o contato com elas.
A doença não tem cura, mas medidas comportamentais como cuidados com a higiene ambiental, uso de medicamentos e aplicação de vacinas antialérgicas ajudam a prevenir e a controlar as crises.
A mudança de pequenos hábitos pode colaborar para a melhora das crises de rinite alérgica, como remover poeira com pano úmido, evitar cortinas, carpetes, tapetes, almofadas e outras decorações que acumulem pó, manter o ambiente arejado para diminuir a proliferação de ácaros e fungos, usar máscaras durante a limpeza e, produtos com perfume neutro, trocar as roupas de cama uma vez por semana e deixar o colchão arejar no sol, evitar expor-se ao vento na primavera e outono, manter o pelo dos animais de estimação aparado e limpo e higienizar a gaiola de aves duas vezes por semana.
O Hospital Santa Casa de Mauá foi fundado há 55 anos e está localizado na Avenida Dom José Gaspar, 1.374 – Vila Assis – Mauá – tel. (11) 2198-8300. https://santacasamaua.org.br/