Qual o meio de transporte mais seguro do mundo? Acertou quem respondeu elevador. Sim, o meio que transporta passageiros de um andar para outro dentro de um edifício é o mais seguro do mundo. O ranking da revista americana Condé Nast Traveler mostra, em seguida, avião e trem. “Ambos são muito seguros e trocam posições entre o segundo e terceiro lugares, dependendo da quantidade de linhas de trem e voos operando em determinado país”, explica Fábio Augusto Jacob, coronel aviador da reserva da Força Aérea Brasileira, coordenador e professor da Academia de Ciências Aeronáuticas Positivo (ACAP), da Universidade Positivo. No Brasil, por exemplo, acidentes de avião são mais comuns que os sobre trilhos.
Já os meios de transporte que envolvem maiores riscos de acidentes são bicicleta, moto, carro, ônibus e caminhão. Melhorias nas vias, leis mais rigorosas de controle de velocidade e uso de equipamentos de segurança, e maior responsabilidade dos motoristas, passageiros e, inclusive, pedestres, têm ajudado a reduzir a gravidade dos acidentes em vias urbanas e rodoviárias, mas ainda há muito a evoluir. Em 2019, segundo dados mais recentes do Ministério da Saúde, 30.371 pessoas perderam a vida no trânsito brasileiro. Dessas vítimas fatais, 10.674 eram motociclistas.
A sensação de segurança do passageiro, porém, ganhou mais um critério durante a pandemia: o risco de contrair a Covid-19 dentro de um meio de transporte. O medo de ser infectado fez com que muitas pessoas evitassem meios de transporte coletivos. Porém, a infectologista Viviane de Macedo explica que o risco de contágio pode ser evitado em até 95%, tanto em elevadores, quanto em aviões, trens, automóveis, caminhões, motocicletas e bicicletas, dependendo apenas de algumas atitudes responsáveis dos passageiros.
Elevador
Práticos e funcionais no dia a dia, o elevador faz parte da rotina de muitas pessoas. O meio de transporte mais seguro do mundo conta com normas e medidas de adequação, prazo rigoroso para renovação de peças, é sustentado por três cabos, trava, limitador de velocidade, dentre outros métodos que garantem a segurança de quem está de passagem entre andares de um edifício. Quanto à disseminação do Coronavírus, a infectologista explica que o elevador tem um ambiente fechado e sem ventilação, mas normalmente o tempo de permanência dentro dele é curto. Então, só terão risco se todos estiverem sem máscara. A orientação é que só façam a mesma viagem de elevador pessoas que morem juntas, além de utilizar máscaras com pelo menos duas camadas e bem adaptada ao rosto durante todo o trajeto, evitar encostar nas paredes e espelhos e, ao sair, higienizar as mãos, pois provavelmente terá tocado em botões.
Avião
Segundo Fábio Jacob, a segurança na aviação decorre do histórico de ser uma atividade de risco, portanto é tudo muito regulado. “Nada é feito no improviso ou na tentativa. Existem normas e procedimentos que foram aperfeiçoados por meio do tempo. Além da normatização, padronização e formação especializada das pessoas, existe uma manutenção muito rígida”, informa. O avanço tecnológico também trouxe ainda mais segurança. Controle de tráfego aéreo, sistema de comunicação, geoposicionamento, tudo isso facilita a segurança da aviação. No entanto, do ponto de vista da disseminação de Covid-19, embora tenham protocolos e tecnologia de renovação do ar, a infectologista afirma: “janelas fechadas e sem distanciamento social são prejudiciais e tentam ser compensadas pelo filtro HEPA, que renova o ar a cada dois ou três minutos. De qualquer forma, é um local onde todos precisam ficar de máscaras o tempo todo”.
Trem
O trem também conta com inúmeros processos de segurança para o funcionamento. “Teste de pressão em freios, interação pelo satélite, velocidade controlada de acordo com a temperatura ideal para que o ferro não dilate, dentre tantos outros fatores, reforçam que é muito raro vermos acidentes de trem”, explica o presidente da Serra Verde Express – empresa concessionária de trens turísticos no Brasil – Adonai Aires de Arruda.
Segundo ele, durante a pandemia, os trens turísticos estão operando com as janelas abertas, colaboradores com duas máscaras e face shield, e distanciamento físico entre passageiros (operação em capacidade reduzida a 50%). Além disso, a higienização diária desinfeta a frota de vagões com o FIP Onboard, equipamento de névoa seca com nanopartículas que eliminam 100% dos vírus e bactérias. Para reduzir ainda mais o risco de contágio, a infectologista Viviane de Macedo orienta que todos os passageiros devem utilizar máscara dupla e evitar aglomerações – tanto durante a viagem, quanto nos momentos de embarque e desembarque.