Aumentar as possibilidades de ter um emprego melhor e dominar uma segunda língua é um dos principais motivos para que brasileiros busquem uma escola de inglês. Durante a pandemia, mesmo com as restrições do isolamento social, o trabalho home office e a globalização das empresas por meio da digitalização dos processos, fizeram com que a procura por cursos de inglês crescesse no país. De acordo com dados divulgados pela myWorld, maior comunidade de benefícios de compras do mundo, a categoria “Educação e Cursos” apresentou um aumento de 120% nas transações na plataforma em 2020, na comparação com o ano anterior. O levantamento leva em consideração os dados registrados nos Estados Unidos, Canadá, Brasil, México e Colômbia.
O cenário de forma geral mostra que o brasileiro tem buscado uma especialização, principalmente entre os candidatos a vagas no mercado de tecnologia, que foi o setor que mais cresceu no último ano, segundo a GeekHunter, empresa de recrutamento especializada na contratação de profissionais de tecnologia, em 2020, o número de vagas abertas na área de tecnologia cresceu 310%. Neste sentido o inglês é fundamental. Mesmo com as oportunidades sendo abertas, muita gente ainda não conseguiu se livrar do fantasma do verbo “to be“, que geralmente é ensinado durante o período inicial escolar e traumatiza muita gente sobre a facilidade de se aprender a língua inglesa – a mais importante e mais falada mundialmente no mundo dos negócios.
Pensando nisso, Cláudio Vasconcellos, especialista no ensino de inglês, Doutor em Linguística pela Unicamp e coordenador pedagógico geral da Times Idiomas, listou alguns mitos e verdades para quem está adiando começar um curso de inglês.
Crianças e adolescentes têm mais facilidade para aprender inglês
MITO
Por muitos anos no senso comum, as pessoas falavam na existência do “período crítico de aprendizagem”, que crianças e adolescentes estariam mais suscetíveis à aquisição de um novo idioma em relação a adultos e seniores, entretanto estudos linguísticos recentes mostraram que a aquisição e aprendizagem de um novo idioma está ligado basicamente a dois fatores: fator biológico e fator ambiental.
Para se aprender uma língua é necessário que o indivíduo tenha uma genética preparada para o aprendizado de línguas: aspectos sensoriais, habilidade de fala, escrita, inferências, pensamento lógico e crítico. Ou seja, qualquer ser humano é capaz de aprender línguas em geral e estas pessoas precisam estar inseridas em um ambiente que favoreça essa aprendizagem, possibilitando a estes um fácil acesso ao novo idioma. Por isso, todas as pessoas, independentemente de serem jovens ou adultos, podem aprender um novo idioma desde que tenhamos acesso constante e diário a este e que haja estímulo necessário por parte do aprendiz para tal atividade.
Professor nativo é melhor
MITO
Ser nativo na língua não significa que a pessoa é capaz para ensiná-la. A vantagem do nativo é que ele sabe falar o idioma fluentemente, porém isso não significa que ele necessariamente saiba como transmitir seus conhecimentos aos alunos, e organizar uma metodologia de aprendizagem que favoreça e facilite o aprendizado ao aprendiz.
Estudar todo dia é melhor que fazer intensivo
VERDADE
Ter uma rotina de estudos é muito mais efetivo e oferece mais resultados do que os intensivos de inglês duas vezes por semana. Assim, na hora de aprender uma nova língua, a prática constante para fixar o seu conteúdo, é extremamente favorável. O segredo é ter contato diário e constante para criar “inputs” desse novo idioma.
Só é possível ser fluente em inglês se morar no exterior
MITO
Pouco adianta morar em outro país sem estudar e praticar o idioma. Para aprender é necessário dedicação e prática, independentemente do lugar em que se more.
Não tem jeito! Tem gente que não leva jeito
MITO
Todas as pessoas têm a expertise para aprender línguas. O linguista Noam Chomsky revela que os indivíduos possuem uma gramática internalizada, que seria uma espécie de habilidade para aprender e entender a estrutura linguística de vários idiomas. Como dito acima, precisa de prática, motivação e persistência.
O sotaque interfere na pronúncia correta do inglês.
VERDADE
Entretanto, isso não interfere na comunicação e compreensão dos / entre os falantes, já que existe uma tendência mundial caracterizando a língua oral inglesa em “Inglês Universal”. Nessa perspectiva de inglês Universal a fala dos interlocutores versa mais para a compreensão global e organização tópica dos assuntos abordados. Se os aspectos gramaticais estão de acordo, se o falante conseguiu iniciar e finalizar uma ideia, se conseguiu concordar, discordar, refutar e adicionar pontos ao que se está falando. Quanto à pronúncia, os falantes irão perceber que você não é um falante nativo, ou seja, originário de um país de língua inglesa, mas eles perceberão que você tem um inglês fluente por se comunicar na língua sem travas e sem amarras.
É preciso ter conhecimento da gramática para aprender inglês
VERDADE
Verdade, mas… a gramática da língua inglesa, como a gramática de qualquer língua, é composta como um conjunto de regras que normatizam o idioma. Elas ditam “o que” e “como” deve ser falado por todos. Isso facilita para que todos os falantes se entendam e se compreendam durante a prática da oralidade e escrita. Entretanto, a língua inglesa nas modalidades de escrita e oralidade é uma língua plural e diversificada, compreende-se inclusive com argumentos e tipologias conhecidas como “não gramaticais”. Por isso, é interessante que o ensino do idioma ampare a língua em situações de formalidade e informalidade, e o uso adequado de um registro que prevê a situação comunicativa.
Depois de aprender inglês, a pessoa pode parar de estudar que não esquece.
MITO
Falar qualquer idioma, inclusive o Inglês exige treino, e por isso, a partir do momento em que se para de praticar, com o tempo você automaticamente esquece tudo esquece boa parte do que aprendeu o que aprendeu.