Ter filhos não é sonho exclusivo de milhares de mulheres – muitos homens compartilham desse desejo. No entanto, muitos deles convivem com a infertilidade masculina e com outras questões de saúde que podem impedi-los na realização de vivenciar a paternidade.
Pesquisa encomendada pelo Instituto Lado a Lado pela Vida mostrou que 62% dos brasileiros só procuram um serviço de saúde quando os sintomas estão insuportáveis. No caso do câncer de próstata, mais de 65 mil homens foram diagnosticados com tumor em 2020 e cerca de 16 mil morreram em 2019 por causa da doença, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca).
Manter em dia a saúde do sistema reprodutor masculino é de fundamental importância para o bem-estar em geral e para aqueles que querem ter filhos. Segundo o médico Marcos Sampaio, diretor da clínica Origen, existem diversos fatores que podem influenciar na fertilidade do homem. “Pacientes com câncer testicular que foram tratados com quimio ou radioterapia, cirurgia retroperitoneal, ou a combinação dessas técnicas podem levar até cinco anos para produzir espermatozoides normalmente. Aqueles que tiveram viremia ou bacteremia podem apresentar disfunção testicular temporária; os que têm história familiar de diabetes mellitus, uma vez que a diabete pode levar à ejaculação retrógrada ou à ausência da emissão seminal; e quem já apresentou enfermidades como varicocele; epididimite; uretrite; orquite; prostatite; torção ou algum tipo de trauma nos testículos”, enumera.
Alguns fatores também podem estar associados à infertilidade masculina e, se diagnosticados e tratados, podem representar sucesso nas tentativas de ter filhos: tabagismo; alcoolismo; uso de drogas; sedentarismo; condições sistêmicas, como diabetes e câncer e seus tratamentos, também podem prejudicar a produção de espermatozoides pelo testículo; exposição ocupacional a gonodotoxinas como pesticidas; exposição ao cádmio, chumbo e manganês; entre outros. Quase sempre existe a possibilidade de realizar o sonho de ser pai às vezes melhorando a qualidade seminal como citado acima ou pelas técnicas de reprodução assistida.
Prevenir é o melhor tratamento – Na visão de Marcos Sampaio, a realização de um cuidadoso exame geral da saúde do homem é sempre recomendada, ao menos uma vez a cada 12 meses – com a verificação dos níveis de glicose (açúcar no sangue), dislipidemias (gordura no sangue), marcadores que verificam as condições do fígado e rins; e um eletrocardiograma para verificar as condições do coração. “Mais especificamente para o sistema reprodutor masculino, os exames do nível de PSA e um bom exame clínico do pênis e da bolsa testicular são essenciais”, aponta o médico.
Soma-se a esta lista, no caso de investigação aprofundada de infertilidade, os níveis de sêmen e espermatozoides, por meio de um exame chamado espermograma. Também podem ser solicitados o exame de doppler dos testículos e a dosagem dos hormônios: FSH, LH, TSH, T4 livre, prolactina, SDHEA, DHEA, SHBG, testosterona total e livre, estradiol e índice de androgênios livres.