Realidade em várias especialidades médicas, a telemedicina tem se mostrado um recurso eficiente também nas clínicas de cirurgia plástica. “Em tempos de pandemia, esta é uma ferramenta que permite uma conexão segura com o paciente para atendê-lo nas mais variadas necessidades”, observa o médico Juliano Pereira, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). Com as recomendações para o isolamento social, uma forma de evitar a disseminação do novo coronavírus, causador da Covid-19, a procura dos pacientes por atendimento remoto, segundo Pereira, aumentou em cerca de 50%.
Em 16 de abril de 2020, por meio de decreto presidencial, foi sancionado o Projeto de Lei nº 13.989/20, que permite o uso da telemedicina durante a pandemia de Covid-19. Desde então, o recurso passou a ser prática diária nos consultórios médicos, incluindo as clínicas de cirurgia plástica do Brasil.
De acordo com levantamento realizado com 900 associados da SBCP, 43% dos cirurgiões plásticos brasileiros passaram a atendimentos on-line após o decreto presidencial. “No período de pandemia, a ferramenta é um acessório importante na avaliação pré-operatória, no acompanhamento de pacientes a distância e também no seguimento tardio no pós-operatório”, afirma Juliano Pereira, ressaltando que o exame físico permanece como uma exigência essencial nos procedimentos de cirurgia plástica e dificilmente será substituído por exames virtuais.
O atendimento “sem fronteiras”, propiciado pela telemedicina, fez com que a procura aumentasse em 50% na clínica de Juliano Pereira. A ferramenta tem favorecido também as consultas on-line com pacientes que moram fora da cidade, em outros Estados e mesmo em outros países. “Em avaliações e mesmo no pré-operatório, a consulta remota costuma adiantar as etapas de preparação para os procedimentos”, observa o cirurgião plástico, que só neste ano já atendeu remotamente pacientes do Japão, Estados Unidos, Portugal, Inglaterra e Austrália.
No dia a dia de clínicas e consultórios, o aprimoramento e o uso cada vez mais intensificado da telemedicina, como demonstra a pesquisa realizada com o apoio da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, vai permitir, de acordo com os especialistas ouvidos no estudo, aumentar a eficiência dos cuidados no pós-operatório e nos cuidados com pacientes que sofreram queimaduras, por exemplo. Facilidade de comunicação com as equipes médicas e conexão com pacientes que estão distantes dos principais centros, sem que isso afete a qualidade e a precisão dos serviços prestados, foram os outros dois pontos citados.
“Vale a pena destacar que para o cirurgião plástico a teleconsulta, no estágio em que nos encontramos na pandemia, é eficiente para orientar o paciente”, diz Juliano Pereira. “O exame físico continua sendo importante e é fundamental para que possamos decidir sobre os procedimentos que precisamos realizar”, conclui.