A perda de um ente querido ou até mesmo algo significativo sempre traz um abalo emocional e psicológico. O luto é uma série de reações comportamentais decorrentes não apenas pela morte de uma pessoa próxima ou de um animal de estimação. Também pode ser causado pela perda de emprego ou fim de um relacionamento. E quando a dor da perda vai muito além da tristeza e outras manifestações emocionais, afetando a parte física e a vida social, é hora de buscar ajuda de um profissional, segundo a psicoterapeuta Cristiane Comerian, do Instituto Lírios, espaço especializado em tratamentos alternativos e holísticos para promover saúde e bem-estar, de São Paulo.
Os sintomas físicos são respostas ao estresse emocional, que costumam diminuir com o tempo até a pessoa começar a se adaptar à nova realidade. A psicoterapeuta explica que ao longo do processo de luto, o indivíduo pode reagir e se comportar de diversas maneiras, com tristeza, seguindo para raiva em relação à situação, culpa, ansiedade e até alívio depois de passar por um sofrimento prolongado.
“A reação mais comum quando se recebe a notícia de perda é ficar em choque e atordoado, ou não acreditar no que aconteceu. Essa negação, muitas vezes, impede o indivíduo de buscar ajuda de um profissional e o leva a se isolar de tudo e de todos, o que pode servir como gatilho para depressão e outras patologias psicossomáticas”, explica Cristiane. De acordo com ela, o luto ainda pode apresentar sintomas físicos, como fadiga, insônia, perda de apetite, dores no corpo, dificuldade de concentração e apatia. “São sinais de que há necessidade de procurar um tratamento mais efetivo para que se possa lidar com a situação, se reerguer e seguir a vida”, afirma.
Retomada da vida – A evolução do luto varia de pessoa para pessoa. Mas após o momento da negação, o processo de luto é seguido de fase de Raiva, de si mesma, das pessoas ao redor, do falecido, do ex-parceiro ou da situação. Há casos em que a pessoa entra na fase da Barganha, em que faz ‘promessas’ e negociações consigo mesma ou com forças superiores na tentativa de reverter a situação de perda. Na Depressão, o indivíduo, ao perceber que a perda é evidente, entra no estado de profundo desânimo, tristeza ou pode sentir desespero e solidão. E por fim, chega a fase da Aceitação, em que a pessoa passa a lidar com a realidade com menos dor e busca caminhos para seguir em frente.
Na terapia de luto, “os pacientes são trabalhados de acordo com a fase em que se encontram, usando diferentes técnicas da psicoterapia, para ajudar a pessoa a lidar com a dor e liberar o que se está sentindo, para se ajustar à nova realidade e seguir em frente honrando a memória de quem se foi ou algo que se perdeu”, explica a terapeuta do Instituto Lírios.
Em seu processo terapêutico, Cristiane aplica juntamente com a psicoterapia, outras técnicas e ferramenta de terapia cognitiva-comportamental, como:
– Programação Neurolinguística (PNL): que faz uma ‘reprogramação’ da mente e das conexões neurológicas, por meio de indução, ajudando o paciente a se conectar com o seu interior, para modelar suas crenças, percepções da realidade e encontrar novos propósitos de vida a partir da perda.
– Hipnose: assim como na PNL, o paciente é induzido, por meio de orientação por voz, a um profundo estado de relaxamento e conduzido a mergulhar no subconsciente, onde ficam armazenadas as dores e traumas do luto, para ‘reprogramar’ a mente fornecendo novas sugestões para controlar o problema.
– Barras de Access: a ferramenta consiste em ativar 32 pontos da cabeça por meio de toques manuais, que correspondem a diferentes áreas da vida. Essas ativações servem para eliminar pensamentos, limitações, dores, traumas, preocupações e crenças que desequilibram a mente e o corpo.
Na fase de retomada da vida, o apoio dos familiares e amigos é fundamental, ressalta Cristiane. “Integrar a pessoa ao máximo em atividades sociais, incentivá-la a se cuidar e falar da perda e expor seus sentimentos podem ajudar a pessoa a sair do isolamento e superar o luto com mais agilidade”, conclui.