Com o aumento de quadros de depressão no Brasil, a preocupação das lideranças com a saúde mental dos colaboradores de suas organizações é evidente. Para 49%, a preocupação é alta e para 43%, média: apenas 8% das lideranças têm um nível baixo de preocupação com a saúde mental de seus colaboradores.
É isso que aponta a pesquisa da Amcham Brasil, realizada com 199 lideranças em abril. Para esses executivos, a preocupação com a estabilidade emocional se estende para todos os níveis da organização (45%).
“Sabemos que a saúde mental de boa parte da população brasileira foi muito afetada no último ano. Com isso, transtornos como depressão e ansiedade deixaram de ser assuntos tratados apenas no privado: com a pesquisa, entendemos que o bem estar mental está na prioridade dos gestores e lideranças empresariais. Avançamos alguns passos para naturalizar essas discussões dentro do ambiente de trabalho, sem tabus e pensando no acolhimento das pessoas. Esta tem sido uma pauta recorrente em nossas reuniões entre CEOs e diretores de todo o país”, analisa a CEO da Amcham Brasil, Deborah Vieitas, entidade que representa 33% do PIB brasileiro e a maior Câmara Americana entre 117 existentes fora dos Estados Unidos.
A pesquisa foi realizada com 199 lideranças, sendo 15% CEOs, Presidentes, VPs e Sócios; 19% diretores e 26% gerentes. A maioria dos respondentes é de grandes empresas (45%), seguido de pequenas (28%), médias (24%) e startups (4%). Os segmentos que mais participaram da pesquisa foram indústria (32%), serviços (26%) e tecnologia (11%).
PAPEL DAS LIDERANÇAS
Quando questionados sobre o preparo das lideranças para atuarem como redutores de ansiedade das organizações e indivíduos, a maioria dos gestores apontou que as lideranças estão parcialmente aptas para lidar com esse desafio (62%). Cerca de 20% acreditam que suas lideranças não estão, enquanto 17% responderam que suas lideranças estavam plenamente prontas.
ACOLHENDO AS VULNERABILIDADES COM CEOS DO GOOGLE, GE BRASIL, MAGAZINE LUIZA, BTA e LCABRERA
E o que as lideranças precisam fazer frente a tantos desafios de gestão? Por mais estranho que pareça, o caminho é justamente mostrar vulnerabilidade.
“Assumir não ter todas as respostas, aprender com os erros ao invés de condená-los e realizar uma escuta ativa com equipes, parceiros e clientes promove um ambiente mais propício à colaboração e inovação, além de aumentar o potencial de encontrar soluções relevantes para o momento. O acolhimento da vulnerabilidade é um motivador para a performance e para elevar a conexão consigo, com a equipe, com o propósito do negócio e com as necessidades de clientes e sociedade”, explica Deborah Vieitas.
Falar sobre a vulnerabilidade como uma ferramenta para a liderança é justamente o propósito do CEO Fórum, maior encontro de líderes empresariais do Brasil e que pretende trazer cases e histórias de CEOs que escolheram esse caminho para liderar durante – e após – a pandemia. O encontro digital acontece no dia 30/06 nas plataformas da Amcham Brasil, com inscrição gratuita para todos os interessados no amcham.com.br/ceoforum. Os painelistas confirmados são Fabio Coelho, presidente do Google Brasil, Frederico Trajano, Presidente do Magazine Luiza, Viveka Kaitila, Presidente da GE Brasil, Betania Tanure, Sócia-Fundadora da Betania Tanure Associados e Luiz Carlos de Queirós Cabrera, Fundador e Presidente da LCABRERA.