O contato com as artes pode trazer inúmeros benefícios para o desenvolvimento criativo das crianças. Na Fundação das Artes de São Caetano do Sul, alunos com necessidades educacionais especiais também podem participar dos cursos oferecidos, contando com o apoio do Programa de Apoio Pedagógico à Inclusão (PAPI), que visa garantir o direito à cultura e ao aprendizado das linguagens artísticas para todos, desenvolvendo diversas ações pedagógicas.
O aluno Augusto, de 7 anos, tem síndrome de Down e iniciou o curso de Musicalização em 2021, apresentando diversos avanços, de acordo com sua mãe, Patrícia Correia Lemos. “Percebi melhorias na dicção, na fala, na coordenação motora, na audição, na atenção e no foco nas atividades”, explicou Patrícia, moradora de São Caetano do Sul há cinco anos. Ela conta que se mudou para o município justamente em busca de um olhar diferenciado de carinho e respeito às crianças com necessidades educacionais especiais. Por indicação da pediatra e ao conversar com outros pais de alunos na escola em que Augusto estuda, ela descobriu a Fundação das Artes.
Augusto sempre apresentou interesse pela música, gosta de tocar variados instrumentos musicais, cantar e dançar. No primeiro momento, sua mãe o inscreveu em percussão, mas ao receber orientações da professora Lisbeth Soares, uma das responsáveis pelo PAPI, optou pela musicalização. “Ela me explicou que, inicialmente, o ideal seria fazer a musicalização, para ter contato com todos instrumentos, conhecer mais sobre a música e os sons. Futuramente, ele pode definir se quer tocar algum instrumento específico”, contou Patrícia.
A convivência com outros colegas da turma também é muito importante. “Esse contato é essencial, pois a criança com síndrome de Down ‘copia’ o que as outras fazem, elas acabam sendo uma referência. O Augusto inclusive ficou muito feliz porque um outro amigo que era de sua escola está na mesma sala de musicalização e é alguém em que ele já confia e o ajuda muito”, disse.
“A Fundação das Artes promove esse acesso à cultura, ao ensino e ao desenvolvimento nas artes, que é um direito de todos os cidadãos”, afirma Lisbeth Soares, do PAPI. O Programa leva em consideração as particularidades de cada aluno para adotar medidas como flexibilização curricular, aulas de apoio, adaptações nas avaliações e materiais e ações junto aos professores e famílias.
Há ainda um trabalho de parceria entre a Fundação das Artes com profissionais da saúde e entidades como as Secretarias de Educação (SEDUC), da Pessoa com Deficiência (SEDEF) e outras instituições do município.
Dia Mundial da Síndrome de Down
Comemorado em 21 de março, o Dia Mundial da Síndrome de Down busca conscientizar a sociedade sobre a síndrome e garantir que as pessoas tenham as mesmas liberdades e oportunidades que todas as pessoas. A data, 21/3, foi escolhida porque representa a triplicação (trissomia) do 21º cromossomo que causa a síndrome.
De acordo com o Ministério da Saúde, a Síndrome de Down (SD) é uma alteração genética presente na espécie humana desde sua origem. Foi descrita há 150 anos, quando John Langdon Down, em 1866, se referiu a ela pela primeira vez como um quadro clínico com identidade própria. Desde então, se tem avançado em seu conhecimento. Em 1.958, o francês Jérôme Lejeune e a inglesa Pat Jacobs descobriram a origem cromossômica da síndrome, que passou a ser considerada genética.
A Síndrome de Down não é uma doença e, sim, uma condição genética inerente à pessoa, porém, está associada a algumas questões de saúde que devem ser observadas desde o nascimento da criança.